quarta-feira, abril 09, 2008

O FMI e a robustez da economia portuguesa

Parece que o Fundo Monetário Internacional veio, com um seu relatório e suas previsões, cometer o crime de "lesa majestade" de beliscar quem diz que em Portugal vai tudo no melhor dos mundos, mesmo que à roda de nós se esteja a viver no (e a prever o) pior dos mundos...
Como é possível vir um FMIzito contrariar o clima de euforia que se respira em Portugal, dada a evidente "robustez" que, segundo as "majestades" que gerem as finanças portuguesas, caracteriza a economia portuguesa e a distingue das outras? Como é que se atreveram?
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Mas isto está tudo louco?!
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Já aconteceu - os que vivem mais anos têm o privilégio de se lembrar do que viveram - que relatórios deste FMI, que punham a eventual necessidade do Banco de Portugal vir a ter de vender ouro para resolver alguns problemas mais prementes, foram aproveitados para falar em bancarrota e atacou-se de forma violentíssima governos de Vasco Gonçalves. E conseguiu-se inflectir a política, começando-se a escrever ao tal FMI cartas. Cartas de intenções, de intenções bem cumpridas de fazer voltar o capitalismo e os capitalistas que, aliás, só alguns tinham ido "dar uma (pequena) volta". E nem precisavam porque, segundo a Constituição, tinham cá lugar desde que cumprissem regras que não fossem exclusivamente suas, e privilegiassem o interesse colectivo.
E lê-se que "entre 2002 e 2006, o Banco de Portugal alienou ouro que se fosse hoje renderia mais 1800 milhões de euros" (Expresso de 23.02.08, sublinhados e tudo). Foram só 225 toneladas, e o "prejuízo" desta gestão do ilustríssimo Vítor Constâncio foi só (!) no valor de mais de 1% do PIB (dito pelo mesmo Expresso).
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Mas isto está tudo alienado?

12 comentários:

Anónimo disse...

Vampiros! Vampiros que "sugam o sangue fresco da manada". E ainda por cima querem aldrabar toda a malta. Ai, estou tão farta deles.

Campanica

Fernando Samuel disse...

Vampiragem à solta, de facto. sempre os mesmos...

O Vasco foi, para eles, o terror. E valeu tudo (calúnias, golpes baixos e altos, etc) para o afastar.

Lembro-me quando gritávamos: «Não queremos aqui o FMI; queremos cá o MFA».

Abraço.

samuel disse...

Os do FMI que se cuidem! Vítor Constâncio ainda se vai a eles com uma daquelas "posições firmes" que teve, sei lá... com o BCP!...

Abraço

Sérgio Ribeiro disse...

Meus amigos, este blog não é dos que "merecem" dezenas de comentários. Gostaria que fosse, mas várias razões o fazem assim, pouco frequentado e ainda menos comentado. Assumo, sem pestanejar, a quota-parte de falta de engenho, mas sei que também tem a ver com a arte que vai manejando, com os instrumentos que vai tocando. Em compensação, alguns comentários saem melhores que... a "encomenda". Aí está a amostra, com a Campaniça, o Fernando Samuel que não é nem Fernando nem Samuel, e o Samuel-que-não-é-Fernando. Obrigado pela lembrança dos vampiros, pelo "não queremos cá o FMI" porque queriamos cá o MFA (e o Vasco) e não por dizer que o PIB vai crescer (ainda) menos umas décimas de porcento e traz alguma correcção ao nosso insuportável e panglossino (des)governo, e porque o Samuel extravasa para aqui algum do seu humor certeiro e cáustico e acerta em cheio no ex- secretário geral do PS, Exmo. Senhor Professor Doutor Vítor Constâncio. essa "figura"...
Grandes abraços no desabafo que sacode as brumas matinais.

V.V. disse...

Hoje o FMI é bom! e o BP é incompetente por não ter sabia aproveitar os movimentos especulativos do grande capital! Podíamos nacionalizar toda a produção de cereais e aproveitar os ventos favoráveis do mercado de futuros de Chicago! O preço do pão? Logo se vê.. Cada dia que passa ando mais baralhado..

V.V. disse...

Hoje o FMI é bom! e o BP é incompetente por não ter sabia aproveitar os movimentos especulativos do grande capital! Podíamos nacionalizar toda a produção de cereais e aproveitar os ventos favoráveis do mercado de futuros de Chicago! O preço do pão? Logo se vê.. Cada dia que passa ando mais baralhado..

Sérgio Ribeiro disse...

O FMI é bom? Ó v.v., V. anda mesmo baralhado.
Onde é que está dito que o FMI é bom. Foi - tão só! - chamada a atenção para o inverso, exactamente o inverso: que quem ontem se escondia atrás da "bondade" do FMI, hoje se esconde na "maldade" do FMI.
Por outro lado, quem é que acusou o V.Constâncio de não ter sabido aproveitar os movimentos especulativos do capital?
O que ele faz é uma gestão incompetente por, precisamente, basear a sua gestão nos movimentos especulativos do capital e, sendo assim, fazê-lo mal, até porque era fácil de prever o que, ao que parece não foi previsto.
V., v.v., está cada vez mais baralhado. Desbaralhe-se, homem. É sempre tempo.

Sérgio Ribeiro disse...

Já agora, ó v.v., para que é que V. tem um blog se não publica lá nada, nem sequer dá entrada aos cometários que para lá se enviam.
É essa a sua democracia? Vem aqui quando quer, diz o que lhe apetece, baralhado quer baralhar os outros, e não deixa ninguém entrar na sua "casa"?

V.V. disse...

Tenho essa liberdade! ter blog e não postar! ter comentários e não publicar! ter casa e não querer lá viver.. porque não? Registo o facto de ter passado de ignorante a baralhado! um dia deste vamos conseguir bater umas bolas sem apreciações de caracter! Para a frente é que é o caminho..

Sérgio Ribeiro disse...

"Cada dia que passa ando mais baralhado.." v.v. dixit!
E, depois, v.v. vem dizer que estou a fazer não sei quê de "apreciações de carácter" e que deseja "bater umas bolas comigo" não sei em que condições...
Quanto às suas liberdades, tenha-as todas, faça e desfaça lá os blogs que quiser, a liberdade é toda sua sua. E eu?, eu não terei a liberdade de fazer juizos sobre o modo como você utiliza as suas liberdades? Esta, por exemplo, sua liberdade de vir aqui, a "minha casa", conversar comigo (ou desconversar...) e não me dar a reciprocidade. Esta, de você saber que eu sou Sérgio Ribeiro - quer fotografia, CV e autógrafo? - e você ter a liberdade de ser... v.v.
Ah! nisto de liberdades estamos conversados. Eu não prescindo de ter juizos de valor e de muito valorizar a ética. Você parece que isso não lhe diz nada. Faz parte dos que muito preza as suas liberdades, e despreza as dos outros. Ou estarei enganado?

V.V. disse...

Antes pelo contrário, usofro-o da minha liberdade que sei inimiga da igualdade! Como tudo o que na natureza é diferente deverá continuar diferente.. sem quaisquer problemas.
Um dia destes que o encontre na rua, terei todo o gosto em me apresentar!

Sérgio Ribeiro disse...

ESpero usufruir desse encontro.
Entretanto, recomendava-lhe reflexão sobre a diferença entre igualdade e igualitarismo. Até porque, para mim, nada de mais errado que dizer que a liberdade é inimiga da igualdade. Mas sobre isto, e já que estou em fase de recomendações, recomendava-lhe a leitura do meu próximo "post", por si suscitado.
Para desenvolver... após o tal encontro, começado na rua e continuado a um balcão ou com uma mesa de café ou tasca, a meio de nós.