Os cancros da democracia e da política são os "políticos". Instalam-se na democracia, por via democrático-representativa, e vão minando o organismo, enfraquecendo-o, descredibilizando-o. Metastisando-se.
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1. - A promiscuidade entre os "políticos" e os "senhores do dinheiro" é pornográfica. Utilizam-se uns aos outros.
Na Assembleia da República, o PCP já colocara a questão em termos adequados. Éticos.
Na sessão quinzenal do folclore socratiano, esta sobre energia, o presidente (ou lá o que é) do BE aproveitou para trazer a mesma questão mas em termos fulanizados, do sr. Jorge Coelho. Foi o ping-pong...
Acabou com o primeiro-ministro a dar a sua estocada final: se ele, ao acabar o mandato, porque preside ao governo, estava impedido de ir trabalhar para onde lhe arranjassem emprego? É o argumento socretino, irrisório, mas dirigido aos portugueses, como se eles fossem parvos e ignorantes.
É, aliás, o ponto fulcral da sua concepção de política e de democracia (representativa qb). O "político" Sócrates não tem lugar de regresso no termo do seu mandato! Ia lá voltar a fazer (ou a assinar) aqueles projectos de construção com que começou a vidinha... agora com a licenciatura em engenheiro, tirada enquanto ministro. Agora, como ex-, só conselhos de administração e consultorias.
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2. - Jerónimo Sousa interpelou o primeiro-ministro sobre o aumento dos preços dos combustíveis, que subiram desproporcionadamente ao aumento do custo do petróleo por se basear o cálculo na grande desvalorização do dólar - sendo a "nossa" moeda o euro -, aumento que está a ter efeitos muito nefastos na actividade económica portuguesa .
Na resposta, Sócrates, lá do alto seu império (como diria o Aleixo) confirmou as suas concepções de política e de democracia. Que o défice é que condiciona tudo. Que quem usa o combustível é que deve pagar os acréscimos de custos para não sobrecarregar os contribuintes (como se estes não os pagassem nos produtos que consomem, nos transportes que utilizam!).
Um chorrilho, na esteira do poluidor, pagador; do quem quer saúde, paga; do quem quer educação, paga; do quem quer almoçar, paga sempre... Porque não há almoços grátis, e têm de ser caros. Sem redução do IVA! (cf. com os preços e IVAs da "pobre" Espanha, em que os contribuintes devem estar a pagar o que apenas uns "privilegiados" utilizam).
Cheira tudo a argumentos simplistas e/ou falsos. Impressionantemente vazios de sentido social.
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