segunda-feira, maio 04, 2009

Reflexões lentas sobre política(s) - 3

continuação
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Depois da união aduaneira e do mercado interno (com afirmação de quatro liberdades de circulação), o passo-salto seguinte no caminho que, como resposta de classe, se procura fazer desde 1958, só poderia ser o da União Económica e Monetária (UEM), tanto quanto possível acompanhada pela União Política (UP), ou fazendo com que aquela venha a tornar esta decorrente e inevitável.
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Com a criação de um instrumento único, o euro (€), criado para um conjunto de Estados-nações cumpridores de critérios únicos e arbitrários – alheios a situações nacionais –, e com a institucionalização de uma entidade supra-nacional manipuladora desse instrumento e condutora dessa política, o Banco Central Europeu (BCE), foi dado esse passo-salto, sublinhando-se o aparecimento de uma instituição à margem do aparelho político-democrático, com uma tarefa definida e definitiva, a estabilidade na evolução dos preços através da manipulação das taxas de juro em todo o espaço formado dentro da UE, da “zona euro”.
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Este o caminho a institucionalizar por via do Tratado de Maastrich, e do que a ele se seguisse, com a Mesa Redonda dos Industriais e outras estruturas transnacionais a "sugerirem", num quadro internacional novo e fruto de evolução na luta de classes favorável ao capitalismo.
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Nesse novo quadro, a importância da Organização Mundial do Comércio, a substituir o GATT, e a desvalorização (sempre latente) da Organização Internacional do Trabalho, que, por vezes, até se atreve a tentar a quadratura do círculo que é a de convencionar e regulamentar a desmercadorização da força de trabalho.
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No entanto, talvez com alguma surpresa por serem logo no início do novo caminho, quando mais fragilizada parecia a relação de forças do lado do trabalho, apareceram escolhos no percurso delineado, desde a constatação do não apagamento da clivagem social fundamental por, aqui e ali, o movimento operário não se ter desmantelado como classe organizada sindical e partidariamente, e reacções de povos, de massas desideologizadas, contra os seus governos, não ratificando, por referendo, o que estes tinham entre si decidido.

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continua

1 comentário:

anareis disse...

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