sábado, maio 09, 2009

Os centrões

Numa curva, no trânsito para outras paragens, tropecei na televisão aberta e caí num debate (?)... dos habituais.
Era sobre o Bloco Central! Sobre que "havera de ser"? Os patrões mandam e os bonifrates obedecem!
Fiquei a ouver. Confrangedor. Aquela gente vive num tubo de ensaio. Completamente fora da realidade e do fluir da História. Aliás, a História, para eles, deve ter acabado antes deles terem nascido, embora alguns/umas tenham feito incursões por uma História feita à pressa, "agora, já", e à medida das suas ambições. Que foram umas, hoje são outras mas sempre as mesmas, as do oportunismo mais rasca...
E há um tema recorrente, de que fogem a sete pés com as quatro patas, que é o de haver classes sociais. De haver gente.
Desemprego, salários? O desemprego é uma fatalidade a ter em conta por causa da agitação social, os salários (da gentalha, claro... que os seus não) têm, evidentemente, de ser contidos...
Outras concepções de vida, outras abordagens da realidade, outras - efectivamente outras! - opiniões ? Não há, eles que nem opiniões têm, acham que cairam todas com o Muro de Berlim...
Participação democrática na vida social? O que é isso?!
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Hoje, para além do Bloco Central, nada, o deserto, o buraco negro! Há que glosar o tema. Os patrões mandam.
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É a luta de classes, meus caros! Apesar de não haver classes, claro...

7 comentários:

samuel disse...

Claro que não há! Classes? Ora essa!...

Cid Simões disse...

Não é bem assim... Pela voz e imagem do afilhado querido das televisões ouvi o Loucam afirmar com grande ardor revolucionário que a escolha é entre o "Bloco Central" e o "Bloco de Esquerda".
Ora toma!

Nocturna disse...

Caro camarada,
Nós todos, cá estamos para lembrar que há outras soluções para o País sem ser o centrão (ou ora agora governas tu ,ora agora governo eu) e as políticas são sempre as mesmas.
Mesmo com a comunicação social , com a ajuda do P.R., a tentar vender o «peixe» do bloco central, os portugueses têm que acordar, o desemprego, a precaridade do trabalho, a corrupção e a roubalheira, não serão ainda o suficiente para abrirem os olhos ?

Um abraço
Nocturna

jrd disse...

Haver classes, há. Mas o que há também é muita falta de classe nesses preopinantes interclassistas.

Formiga disse...

Existe uma grande diferença e que nos conduzirá ao destino...
Não temos "medo" de falar, o nosso trabalho é feito ao pé de quem precisa, e será com o nosso conhecimento, a nossa inteligência e forma de estar que conseguiremos aumentar o conhecimento dos que estão próximos de nós, e dos que nos observam à distância, com medo...
Não temos medo do esclarecimento... lutamos para que cada vez mais existam trabalhadores esclarecidos

Unknown disse...

É sempre do choque entre contrários que as situações evoluem. A progressão não é nunca linear e nunca há garantia de que não haja movimentos pendulares. A nossa convicção de que o futuro pode ser melhor precisa de ser partilhada por muitos mais para prevalecer nos choques e começar a ter efeitos práticos. Isso pode levar muito tempo. E esforço. E entusiasmos. E desânimos momentâneos. Não há como ter consciência disto para olhar para estes senhoritos como tristes figurantes que funcionam sempre à medida do horizonte temporal do que lhes pode ser vantajoso (na sua concepção, claro) no curto prazo.
Por desfastio, sugiro uma visita a http://sol.sapo.pt/blogs/dogbert/archive/2008/05/05/Carta-de-recomenda_E700E300_o.aspx
(post de Maio de 2008)

Sal disse...

cá para mim, devem andar muito aflitos com o PCP. Nunca se viu uma coisa assim... Cada vez vai piorar mais...
Não digo mais nada.

bjs