Num post de outro blog (ver aqui), andei às voltas com a palavra amigo. Neste, saltam-me 3 palavras. Porque a actualidade lida em resumos de fim-de-semana as impõe.
A primeira será ódio. Não sei se a incluia o guião encenado para o “palco do Martim Moniz”, local a que se atraiu a comunicação social, mas o modo como correu o ensaio geral logo a fez saltar. E, depois, num talvez mimetismo curioso, foi usada a palavra a várias vozes. Dela não me afasto – já… – mas, se ódio vislumbro, ele está nos que usam a palavra. Para agredir. Não este ou aquele putativo agressor, se agressores houve, mas um colectivo, um partido. De classe. Será, assim, talvez sem o saberem, um ódio de classe. Contra quem se atreve – ainda! – a ser da/defender a classe operária e os trabalhadores.
A segunda palavra é traidor. Ela serviu de irrefutável prova da origem (de classe) dos agressores. Estes seriam os que se sentiriam traídos por aquele que agrediam (se tivesse havido agressão). Mas, de duas uma, ou lamentavelmente perderam as estribeiras os já julgados e condenados, e com pena de expulsão!, por identificação e provas ínsitas na palavra usada – como alguém com enormes responsabilidades éticas o fez irresponsavelmente, e outros logo aproveitaram –, ou foi mesmo uma provocação bem encenada com o móbil (todo o crime o tem) de um protagonismo que estava a fazer falta ou estava do avesso.
A primeira será ódio. Não sei se a incluia o guião encenado para o “palco do Martim Moniz”, local a que se atraiu a comunicação social, mas o modo como correu o ensaio geral logo a fez saltar. E, depois, num talvez mimetismo curioso, foi usada a palavra a várias vozes. Dela não me afasto – já… – mas, se ódio vislumbro, ele está nos que usam a palavra. Para agredir. Não este ou aquele putativo agressor, se agressores houve, mas um colectivo, um partido. De classe. Será, assim, talvez sem o saberem, um ódio de classe. Contra quem se atreve – ainda! – a ser da/defender a classe operária e os trabalhadores.
A segunda palavra é traidor. Ela serviu de irrefutável prova da origem (de classe) dos agressores. Estes seriam os que se sentiriam traídos por aquele que agrediam (se tivesse havido agressão). Mas, de duas uma, ou lamentavelmente perderam as estribeiras os já julgados e condenados, e com pena de expulsão!, por identificação e provas ínsitas na palavra usada – como alguém com enormes responsabilidades éticas o fez irresponsavelmente, e outros logo aproveitaram –, ou foi mesmo uma provocação bem encenada com o móbil (todo o crime o tem) de um protagonismo que estava a fazer falta ou estava do avesso.
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A terceira palavra é hipocrisia. Não encontro outra para qualificar um artigo (de opinião) que traz o título traição e que se escreve sobre o “episódio”, sabendo o autor, de certeza certa, que quem usou a palavra foi um seu confesso e confessado colega de partido (ou lá o que é), e não alguém daqueloutro partido (que o é há 88 anos) sobre o qual, hipocritamente, o autor constrói filosofia barata com intuitos de deixar conotações explícitas ou implícitas a partir das palavras, esticando a “corda da novela”... que começa por dizer estar demasiado esticada... E fá-lo desde o título ou, até, para quem só ler o título.
Já agora, para desanuviar (?) e para terminar, respondo(-me) a um para quê com a citação de um porquê em que persisto:
"Enquanto conversávamos, pensei no longo e persistente trabalho do Sérgio, paciente como um beneditino, essa incansável maneira que ele tem de regressar às questões que o preocupam, com a ideia obsessiva de que é preciso deixar tudo claro e de que se para isso tiverem faltado algumas palavras, essas não serão as suas.” (José Saramago, Cadernos de Lanzarote, Diário-I, 1994)
A terceira palavra é hipocrisia. Não encontro outra para qualificar um artigo (de opinião) que traz o título traição e que se escreve sobre o “episódio”, sabendo o autor, de certeza certa, que quem usou a palavra foi um seu confesso e confessado colega de partido (ou lá o que é), e não alguém daqueloutro partido (que o é há 88 anos) sobre o qual, hipocritamente, o autor constrói filosofia barata com intuitos de deixar conotações explícitas ou implícitas a partir das palavras, esticando a “corda da novela”... que começa por dizer estar demasiado esticada... E fá-lo desde o título ou, até, para quem só ler o título.
Já agora, para desanuviar (?) e para terminar, respondo(-me) a um para quê com a citação de um porquê em que persisto:
"Enquanto conversávamos, pensei no longo e persistente trabalho do Sérgio, paciente como um beneditino, essa incansável maneira que ele tem de regressar às questões que o preocupam, com a ideia obsessiva de que é preciso deixar tudo claro e de que se para isso tiverem faltado algumas palavras, essas não serão as suas.” (José Saramago, Cadernos de Lanzarote, Diário-I, 1994)
4 comentários:
Quando, em 1994, comprei o Diário I dos Diários de Lanzarote,li o apontamento em que o Nobel português se refere a ti, e pensei: que bom observador é o José Saramago e que bem conhece o trabalho do Sérgio Ribeiro.
Campaniça
Tantas facadas lentas continuamos a levar.
Essas são as que mais doem!
Na realidade J.S., conhece-te bem!
GR
Gostei do escrito sobre amizade e os amigos. Li, reli e voltei a ler. Como é bom ter amigos que assim falam e escrevem.
Obrigado Sérgio.
Um abraço. Com amizade.
Carlos Vale
Querido amigo,
A amizade é um bem muito precioso, talvez por isso nos provoquem tanta dor algumas facadas vindas de onde não as esperamos.
Um grande e fraterno abraço
Nocturna
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