domingo, maio 17, 2009

Cabo Verde - Maio de 2009 - 4

Esta viagem-passagem pela República de Cabo Verde foi o que não podia deixar de ser, e o que se queria que fosse.
Num outro blog, no seu Quarteto de Alexandria, Justine vai-nos deixando o seu "abraço de morabeza", que é um outro olhar que vale a pena ver. Aí estão curtos textos, fotografias, música (a de lá!), comentários que gostaríamos de ter aqui. E que, por isso, trazemos aqui.
Assim como um dos muitos comentários que os "posts" naquele blog muito justamente suscitam. De um certo "caboverdeanizado", que também surripiou uma fotografia que a dita Justine não publicou, e uma outra, que dele é.

4. Por ali vivemos.
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Por ali, agora, viajamos em viagens de "sodade".
Como agora, Lembrando - e homenageando! - outros que ali foram obrigados a viver.
E a morrer, que o campo era o campo da morte lenta.
Ver estas fotos, ler estas legendas, ouvir esta música, é tudo viver de novo. Mas, agora, sem campos de concentração, nem fome, sem mosquitos.
Num País sempre em construção. Nem sempre bem, a nosso critério, mas sempre melhor.
Só uma nota: a praia, esta praia do Tarrafal!, existia já no tempo do campo. Não tinha era esta gente a passar o 1º de Maio em convívio e lazer. Tinha mosquitos, paludismo endémico, talvez cães palúdicos, e tinha, perto, um campo para onde se mandavam homens para que ali morressem. Homens que lutavam enquanto a morte não chegava. E se 32 morreram, muitos outros - portugueses e, depois, angolanos, caboverdeanos, guineenses - venceram a morte.
E a luta. Que continuamos.
Obrigado, Justine

5 comentários:

Justine disse...

Ora essa, o prazer foi todo meu:))

(brinco, para que se olhe com um sorriso aquilo que às vezes nos arranca lágrimas...)

E estas viagens a dois são sempre mais sentidas!

samuel disse...

Enquanto houver quem tenha e, sobretudo, partilhe estas memórias, o futuro estará um pouco mais ao alcance...

Maria disse...

Não sei o que se sente quando se visita o Tarrafal. Acho que o peso histórico do local é suficiente para a emoção sair, sem controlo.
Peniche hoje, mais uma vez. Só a entrada e as celas lá ao fundo (porque já diferentes). O resto ainda não se "aguenta"...

Beijos

Fernando Samuel disse...

Tarrafal, Peniche... são espelhos do fascismo: guardá-los na memória e lembrá-los é contribuir para que «fascismo nunca mais!».

um abraço.

GR disse...

Não podemos deixar esquecer, os campos de dor, tortura e morte. Porque o fascismo existiu!
Para que no futuro os jovens continuem a dizer,
"fascismo nunca mais!"

GR