terça-feira, março 19, 2013

No dia de hoje: CHIPRE. Duas ou três notas

no sapo:

O Parlamento cipriota vai hoje votar o resgate europeu de dez mil milhões de euros, que inclui a controversa taxa sobre os depósitos. A votação estava marcada para domingo, mas foi adiada por duas vezes devido à falta de apoio político ao acordo assinado pelo Presidente Nicos Anastasiades.
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Chipre é um "caso de estudo", é um "tubo de ensaio", é um espaço especial num sítio estratégico, é uma encruzilhada. De povos e história.
Um dos países que mais veio a este "blog". Por todas as razões. Quando era silêncio porque exemplo calado, agora porque é "esticar da corda.
Só três ou quatro notas para que não se perca o contexto.
Um povo em luta de libertação e independência. 800 mil numa ilha ocupada há quase 40 anos, ilustrando a "solução" de dividir para impedir perigosos avanços (Coreia, Vietnam... Portugal, sim!, pela longitude Rio Maior e o governo a transferir de Lisboa para o Porto). 
Chipre: um muro a separar o País e a capital. Dos dois lados um mesmo povo.
Uma forte implantação de forças do progresso social, um partido comunista (AKEL) com forte apoio eleitoral e defensor infatigável da unidade do povo e da soberania nacional.
Até há pouco, às eleições de há semanas, um presidente vindo desse partido - de que saiu de secretário geral para ser Presidente da República -, uma composição do parlamento com muito importante, decisiva, participação do AKEL.
Ao mesmo tempo, uma espécie de off-shore, o capital transnacional infiltrado e um sistema bancário-financeiro frágil e com comandos no exterior. Uma situação instável, um ilha rodeada e ocupada por interesses e com  apetitosos recursos em volta. Uma localização sempre estratégica. Sul da Europa, Turquia, Médio Oriente, Norte de África
Um incidente com um barco para o Irão e um incêndio e tragédia "estranhos", aproveitados numa campanha até ao (im)possível e (in)admissível para atacar e fragilizar o presidente, assim se preparando as eleições. Que se perderam (e ganharam)  por pouco. Só depois, as "negociações" e a entrada de uma "troika". Até aí,  apenas uma alternativa para a resposta a criados e ampliados problemas financeiros. Porque, antes, cenários alternativos como de recurso à Rússia e à China.
Neste quadro e dinâmica, jogo tão forte que parece demencial, tanto que até Cavaco Silva clama por falta de senso. A novidade do ataque pelos depósitos bancários. O que antes das eleições e dos seus resultados, não teria sido possível. 
E o povo - que votou... - a ter, quase logo, a resposta às consequências do resultado do voto a que foi levado por uma massacrante campanha mediática. Resultado por pouco e, por isso também, não sendo tudo.
A "ideia" de ir buscar o dinheiro dos trabalhadores e das populações até onde o que substituiu o colchão ou o pé de meia a ser levada à prática do ensaio. Parada alta de mais para a relação de forças e a intrínseca contradição? Esticar da corda para além dessa relação de forças e com incontroláveis efeitos num sistema bancário frágil e com efeito de contágio inevitável apesar da pequenez do País? Mais um passo (ou passe) ensaiado numa estratégia 

Como sempre, caso a acompanhar numa informação a pegar com pinças, a tentar ver por todos os lados e em todas as direcções. 
A informar-SE cada um. E agir!
Se Haiti é AQUI, Chipre é ainda mais perto e somos NÓS. 




5 comentários:

Justine disse...

Estão a ser ultrapassados todos os limites, a situação está assustadora e explosiva!
As tuas considerações, como sempre, são para refletir...

Justine disse...

...ou dizendo de outro modo: as tuas reflexões são para considerar!

Jose Rodrigues disse...

E nós por cá,todos bem.Carlos Costa e CIª dixit...hhhhhuummmm!


Abraço

Graciete Rietsch disse...

Assim se vê como é difícil conseguir governar a favor do POVO, quando o capitalismo e o imperialismo usam todas as suas garras para impor as suas leis criminosas.

Um beijo.

Olinda disse...

Ai,esta Uniao Europeia,que estâ a pör o povo incendiado,o que ê muito perigoso.
Gostei desta anâlise,pois fez-me reflectir sobre o assunto.

Um beijo