sexta-feira, março 01, 2013

"questões de moral" - 8 - O que não serve para nada, segundo "eles"...

Já ontem o tema me invadira, moralmente falando, enquanto, no "expresso" (rodoviário), lia o i
Uma "opinião" (de José Neves), sobre «Um comentador televisivo (que afirmara) não haver utilidade em continuar em ter licenciados em História, concluindo que as escolas estão a formar pessoas que "não servem para nada" (...)», tecia considerações a  propósito dessa ideia que, com toda a desfaçatez, nos entrara em casa e, assinando como Historiador, terminava a sua "opinião" com o que se pode dizer a  defesa da sua profissão:
«Entendamo-nos: um comentador televisivo como Camilo Lourenço servirá certamente a muita coisa; nós, os outros, os párias, pelo inverso, podemos aspirar a mais do que uma condição servil. Já dizia um historiador falecido, de cujas intenções porventura abusarei ao trazê-lo ao fim desta crónica, que uma história que serve é uma história servil.»

A foto que acompanhava... servia bem de ilustração!

(...)

Mas, hoje, fui de novo "atacado". Ao folhear o Correio da Manhã, num restaurante onde almoçava, "apanho" com um colunista (João Pereira Coutinho) também a zurzir no dito Camilo, por aquilo que disse e, por extensão, na "seita dos economistas". O que não me agradou nada. Porque... nada de confusões... Se o dito comentarista da televisão é representativo dos economistas, eu, mais uma vez!, demito-me da licenciatura e do doutoramento com décadas, embora sempre com intenções de permanente actualização e de modo algum me revendo em tal representante.
Começa o colunista como segue: 

«A voz da razão

A seita dos economistas

Gostei de ouvir o desprezo de Camilo Lourenço pelas Humanidades. Ele revela bem o essencial da tragédia em curso: a incapacidade de olhar para além dos números. Essa incapacidade começou com o próprio euro, que ignorou a diversidade de hábitos e estruturas produtivas de cada um dos seus membros; continua agora com a crença fantasiosa de que o ‘ajustamento’ será triunfal quando os países alienaram a sua soberania monetária e cambial – um instrumento historicamente decisivo para enfrentar a concorrência externa; e irá terminar com a emergência de populismos de todo o género – o velho ressentimento que sempre alimentou os extremismos.(...)»






e terminava assim, depois de acertar muitas nos pregos mas a desacertar algumas na ferradura:

«(…) Se Camilo Lourenço soubesse História, ele saberia também que a economia é um assunto demasiado sério para ser deixado apenas à "seita dos economistas". Mas, como diria um cientista (e humanista) célebre, ao saber apenas economia, o nosso Camilo nem economia sabe.» 

Sendo assim, e tendo Camilo Lourenço irritado historiadores, humanistas, opinosos e colunistas, também eu, como economista, quero dizer, em "defesa da honra ", que o nosso "negócio" não são os números, e que a economia é uma ciência social que se serve dos números, como se serve da história, e da sociologia, e da antropologia, e da geografia, e de tudo o resto, tal como tem todo o gosto em servir estas referidas áreas do conhecimento e outras, ao serviço da Humanidade.
Quanto a C.L. - com quem se estará a gastar demasiada cera... mas televisão oblige -, diria que há palavras e frases suicidas, assassinas (ou asininas?...). O sr. C.L., que se estimará economista (não sei se de alguma seita...), teve uma "hora má", empolgado talvez pela sua frequente visibilidade televisiva. "Euforizou-se", e terá escorregado a confessar que, para ele, a História (bem como muitas outras coisas...) é imprestável, é tempo perdido, ou, por outras palavras que não terão sido exactamente as suas, não serve para dar lucro e só isso serve. 
Cretino!

3 comentários:

samuel disse...

Coitado do camilo... :-)

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

O Camilo é tão ignorante que nem sabe escrever o nome. "Trocou o e por um i".
Esta é velha, mas aplica-se bem. Sem ofensa para os camelos que são um animais bem simpáticos, a propósito dos quais vi um filme muito lindo "A história do camelo que chora" (creio ser este o nome).

Um abraço.

Anónimo disse...

Os economistas não fabricam nenhuma informação porque a vão buscar ao desgraçado do contabilista que folheia papeis rançosos e ensanguentados do talhos ou cheios de manchas de vinho da tasca alguns com cheiro a champoô do cabeleireiro ou com óleo de motor a tapar a data e o valor!!!.
Algum economista de indispôs alguma vez por lamber o dedo em tal porcaria e quando dela se apercebeu vomitou todo o trabalho de uma mercearia?
Mas enfim são os Economistas que dão corpo e alma ao trabalho e depois dizem que isto é assim quando não sabem nem sonham que o armazém do restaurante sofria de enfarto se tal condissesse com o valor da sua arte.
Mas o pior são os economistas que peroram por desfaçatez a economia do filho da puta que os fez tal como esse Camilo que de sábio mais parece um mastodonte de incisivos alongados com que sorve o sorvete que lhe é oferecido com palmadinhas nas costas pelos donos do regime..
JM