Novo Banco:
PCP vai chamar
ministra das Finanças à AR
para esclarecer
“negociata”
O secretário-geral do PCP
anunciou hoje que o partido vai apresentar uma iniciativa no parlamento para
ouvir de urgência a ministra das Finanças sobre o Novo Banco, no qual
considerou haver "indícios de uma grande negociata".
Lisboa, 13 set (Lusa) - O secretário-geral
do PCP anunciou hoje que o partido vai apresentar uma iniciativa no parlamento
para ouvir de urgência a ministra das Finanças sobre o Novo Banco, no qual
considerou haver "indícios de uma grande negociata".
"O conhecimento de que a
administração do Novo Banco apresentou a sua demissão, devido a discordâncias
com o governador do Banco de Portugal, que insiste em vender rapidamente e em
força o Novo Banco, e também pelo facto de Vítor Bento alegar ter encontrado
uma situação bem diferente, confirma que o que está em curso é uma operação que
tem todos os indícios de uma grande negociata para sustentar a continuação da
especulação financeira, com grandes prejuízos públicos, e à qual o PCP
manifesta a sua oposição", afirmou.
O líder comunista falava num debate, em
Lisboa, sobre os 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando-o
também um "importante momento para denunciar todas as tentativas da sua
destruição e entrega aos grandes grupos privados de prestação de cuidados,
transformando assim este direito num grande negócio para os grupos económicos",
algo que "demonstra a captura do poder politico pelo poder económico e
financeiro".
"Com estes novos elementos, o PCP irá
propor a ida da ministra das Finanças à Assembleia da República para que o
Governo clarifique qual a situação criada com a demissão da administração do
Novo Banco e saber, afinal, onde se encontra o poder de decisão destes
processos - estamos a falar do império da família Espírito Santo, para onde já
foram 4.400 milhões de euros em recursos públicos", declarou Jerónimo de
Sousa.
O secretário-geral comunista assinalou
ainda a importância redobrada da constituição de uma comissão parlamentar de
inquérito sobre o processo de resolução do Banco Espírito Santo e criação do
Novo Banco, proposta recentemente pelo PCP e que vai ser votada na Assembleia
da República na sexta-feira.
A equipa de gestão do Novo Banco liderada
por Vítor Bento confirmou hoje, em comunicado, que durante a semana apresentou
ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos
desempenhados na administração da entidade.
Jerónimo de Sousa falou de Espírito Santo
Saúde, "José de Mello Saúde, HPP, Lusíadas e Trofa", e da
possibilidade de, "caso se confirme a venda” da Espírito Santo Saúde “ao
grupo Ángeles ou AMIL, passar o controlo destas empresas para mãos de
investidores estrangeiros, mais de 60 unidades de saúde, entre as quais grandes
hospitais e quatro Parcerias Público-Privadas (PPP)".
"Estes grandes grupos controlam 83%
do chamado mercado da saúde, qualquer coisa como 1500 milhões de euros por ano,
mais de metade das unidades de saúde em Portugal, das quais 23 são
hospitais", condenou, adiantando ser "o momento para a acabar com as
PPP e denunciar os acordos da ADSE com estes grupos"
HPG // CSJ
4 comentários:
O Partido ao longo dos anos vai denunciando e esclarecendo as situações, porém, o povo gosta mais do folclore e vota à direita. E assim vamos perdendo dia a pós dia, os nossos direitos.
Muito teremos ainda que Lutar!
Bjs,
GR
Estou de acordo com a GR mas mais desiludido que ela. Talvez seja por ter mais que uma década em cima dos ombros.
O PCP alerta, mas o POVO anda adormecido. E o engodo da adesão das PPP à ADSE tem, acho eu, como intenção o enfraquecimento do SNS até à sua extinção. Talvez com esses e outros malefícios o POVO vá acordando e o POVO quando acorda é sempre cedo. Será?
Como o camarada Antuã também ando um pouco desiludida.
Um beijo.
E porque é que eu não estou surpreendida? Negociata sabíamos nós que era, desde o princípio. O que é importante é que o PCP tenha tomado esta iniciativa - só que, como sempre, na comunicação social não aparece nada...
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