segunda-feira, setembro 08, 2014

FESTA - destaques - 2

No comício de encerramento da Festa de 2014, no domingo, Jerónimo de Sousa fez outros anúncios, de diferente mas igual importância:


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O PCP assume as suas responsabilidades de grande Partido da Soberania e Independência Nacional, anunciando um programa integrado de acção política para renegociar a dívida, preparar o País para a saída do Euro, retomar o controlo público do sector financeiro, aspectos que constituem um imperativo nacional e uma exigência patriótica.
Um programa que se desenvolverá de imediato com:
A realização da iniciativa de abertura da acção “A força do Povo por um Portugal com futuro” no próximo dia 28 de Setembro centrada na Dívida, no Euro e nos interesses nacionais onde se afirmarão e apresentarão elementos essenciais que conduzam à libertação de Portugal dos constrangimentos a que está sujeito e recupere para o País alavancas essenciais para o seu desenvolvimento;
A apresentação na AR no início da sessão legislativa de um projecto de resolução que estabeleça um programa para resgatar o País da dependência e do declínio que vise fixar os calendários, condições e opções da política nacional com vista: a renegociar a dívida compatibilizando-a com o direito ao desenvolvimento; à criação de estruturas nos órgãos de soberania que estudem e preparem o País para a saída do Euro conduzida para a salvaguarda dos interesses e condições de vida dos trabalhadores e do povo; adoptar as decisões que conduzam a um efectivo controlo público do sector financeiro colocando-o ao serviço do interesse do País e dos portugueses e não da especulação.
O desenvolvimento pelo Estado Português de propostas fundamentadas para a realização de uma Conferência Intergovernamental para a revogação e suspensão imediata do Tratado Orçamental, a revogação da União Bancária, medidas visando o papel do BCE, a abordagem do processo de dissolução da União Económica e Monetária e a extinção do Pacto de Estabilidade e a criação de um programa de apoio aos países cuja permanência no Euro se tenha revelado insustentável bem como a rejeição do Tratado Transatlântico de Comércio e Investimentos UE/EUA, acções já anunciadas pelos deputados do PCP no Parlamento Europeu.
O PCP anuncia assim a acção em todas as frentes na defesa da soberania e da independência, na defesa dos interesses nacionais.
Uma acção que se articula com o lançamento e apresentação de outro conjunto de propostas dirigidas à imediata elevação do poder de compra dos trabalhadores, dos reformados, dos desempregados e de reposição dos rendimentos e direitos roubados. Propostas de valorização dos salários e pensões, nomeadamente a do inadiável aumento do salário mínimo nacional que deveria ter sido já actualizado, em Junho, para 515 Euros, bem como o estabelecimento de um calendário que garanta no curto prazo a sua elevação para 600 Euros!
O PCP apela à convergência de todos os democratas, patriotas e homens e mulheres, que sentem que a sua unidade para um programa claro de ruptura com a política de direita e uma política alternativa, patriótica e de esquerda, é um caminho em construção. Um caminho que não resultará de exibidos protagonismos, inventadas dificuldades de diálogo, oportunistas apelos à unidade, mas da convergência sem preconceitos ou marginalizações, de forças sociais e políticas, de cidadãos independentes, de patriotas, dinamizada e suportada pelo decisivo desenvolvimento da luta dos trabalhadores e do nosso povo.
Ampliar o debate sobre a política alternativa, alargar à contribuição de muitos outros democratas e patriotas o debate sobre os eixos essenciais dessa política, elevar a consciência em muitos milhares de portugueses não apenas sobre as razões e consequências da política de direita, mas sobretudo com a demonstração de que há alternativa – são estes os mais importantes e decisivos objectivos desta acção.
Uma proposta e um projecto de política alternativa que retire Portugal do atoleiro imposto pelo rotativismo de PS e PSD, sempre na promessa de novas caras, sempre recolocando o conta quilómetros a zero, sempre procurando cobrar na desilusão que alternadamente vão alimentando a reprodução de novas desilusões, desistência e descrença tão do interesse da política de direita e dos seus objectivos.
Não, o País não precisa de mais pactos de regime sejam para uma década ou para um ano, o País não precisa de leituras mais ou menos inteligentes do Pacto de Agressão ou do Tratado Orçamental, o País não precisa de operações de engenharia das leis eleitorais para favorecer artificialmente os partidos de turno à política de direita.
O que o País precisa é de romper com a política ao serviço dos grupos económicos e da especulação financeira, de se pôr de pé e rejeitar as ordens da União Europeia e da senhora Merkel, de ver devolvidos aos trabalhadores e aos reformados os rendimentos e direitos roubados, de repor na vida política nacional o respeito pela Constituição da República e pelos valores de Abril.
O que o País precisa é de uma política alternativa, patriótica e de esquerda que dê expressão à aspiração dos trabalhadores e do povo, dos democratas e patriotas genuinamente empenhados em assegurar para Portugal uma vida digna num País desenvolvido e soberano.

Nestes tempos difíceis, exigentes, perigosos o PCP intervém decididamente, enfrenta dificuldades e obstáculos, dinamiza a resistência e promove a ruptura, é a grande força da oposição à política de direita, a grande força dinamizadora da luta de massas, a grande força da alternativa, é o partido com que os trabalhadores e o povo contam e podem contar.

4 comentários:

Maria disse...

Discurso lúcido sobre todas as preocupações e problemas que nos afligem. Sabemos que esta é a via, mas o que me irrita é que havemos de ouvir dizer 'lá estão os arautos da desgraça' para, daqui a uns anos - se lá chegarmos vivos - virem apresentar propostas parecidas com estas nossas. O costume...

Graciete Rietsch disse...

Jerónimo anunciou medidas que se inserem na alternativa negada pelos grandes senhores, donos do nosso País e servos do grande capital.

Um beijo.

Justine disse...

Isto sim, é um verdadeiro programa de governo - que subscrevo inteiramente!

Antuã disse...

Ouvi uma jornalista numa rádio afirmar que o discurso do Secretário Geral foi um verdadeiro programa de governo.