- Edição Nº2129 - 18-9-2014
Soares ao telefone
O caso não é para menos e já vamos perdendo a conta às inúmeras notícias, reportagens, comentários e outras peças que sobre o caso BES/GES têm vindo à estampa. Uma informação abundante que vai circulando nos diferentes órgãos de comunicação, mais em jeito de novela policial do que de apuramento real dos factos e responsabilidades políticas e económicas inerentes ao colapso do império Espírito Santo. Estratégia ou não dos poderes dominantes, o facto é que na enxurrada da informação que vai estando disponível muitos vão perdendo o fio à meada por entre a complexa teia de labirínticas relações entre grupos económicos e poder político, ou perante a sucessão de episódios, como a recente demissão dos administradores do chamado Novo Banco, entre eles o conselheiro de Estado, escolhido por Cavaco, chamado Vítor Bento.
Surgem no entanto pequenas «pérolas» que lançam alguma luz sobre a forma em como este polvo foi ganhando (e está a ganhar, não nos iludamos!) força e poder na sociedade portuguesa, na inversa medida, claro está, do agravamento da exploração e pobreza do nosso povo.
Vem isto a propósito de uma reportagem exibida pela RTP1 no programa linha da frente que faz uma espécie de reconstituição da vida e percurso do banqueiro Ricardo Salgado e onde, lá para o minuto 5 da referida reportagem, nos aparece a figura de Mário Soares a explicar – por vaidade ou distracção – o seguinte: estávamos no início da década de 90 quando o próprio telefonou a Ricardo Salgado dizendo-lhe que estavam a «desnacionalizar» a economia e se ele não queria ficar com o «seu banco», ao que Ricardo Salgado lhe terá respondido que sim, mas que, pobre coitado, não tinha dinheiro, coisa que Soares se prontificou a resolver com um simples telefonema ao «mon ami Miterrand» que por via de um banco francês (BNP Paribas) lhe disponibilizou a massa.
Não sei quantos mais telefonemas fez Mário Soares nessa como em outras alturas para dar a mão a um punhado de capitalistas que anos antes eram o suporte do regime fascista. Mas o que é certo e seguro é que sem a intervenção activa do PS, mas também do PSD e CDS, não teria sido possível assistirmos ao criminoso percurso de privatizações de empresas estratégicas para o País e à reconstituição dos grupos monopolistas que a Revolução de Abril, por razões que são cada vez mais evidentes, justamente liquidou.
Vasco Cardoso
4 comentários:
- Todos sabemos que o maior traidor do 25 de Abril foi o, cara de porco MS
- Todos sabemos que o maior traidor da Democracia foi o, cara de porco MS
- Todos sabemos que o maior vendilhão da República Portuguesa foi o, cara de porco MS
Mas é preciso não ter ponta de vergonha no focinho, para dizer publicamente o que fez e pavonear-se, só mesmo um criminoso, mafioso e prostituto político o consegue fazer!
Já agora não terá dito quanto dinheiro ganhou???
BJS,
GR
Quando vi o programa,tambêm fiquei perplexa.Nao,que nao soubesse do caldinho,mas da leveza como foi contado pelo prôprio,como se fosse uma coisa que se pudesse orgulhar.Mârio Soares ê muita coisa,(cabem aqui muitos adjectivos)mas,manhoso como ê,deve estar senil.
Bjo
O Soares é igual a si próprio.
A troika PS, PSD, CDS, comandada por Mário Soares, entregou Portugal às garras do capitalismo.
Muito lucraram com isso, mas mais desgraçaram o POVO PORTUGUÊS.
UM dia o POVO vai compreender. Mas quando?!!!!!!
Um beijo.
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