Vão-se sedimentando as vivências. É curioso este fenómeno de, cá dentro de nós, o que foi vivido ser arrumado, catalogado, hierarquizado, umas coisas coisas fechadas em gavetas, outras vindo ao de cima e parecendo dizer-nos "olha que...", "não te esqueças...".
Às vezes é muito rápido.As eleições foram há dois dias, e de tudo o vivido já quase tudo se arrumou, até por pressão da avalanche do que se está a seguir. E... lá está1... uns episódios não param de segredar "não deixes de me contar...".
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Embalados pelas campanhas em que foram partes activas e pouco ou nada neutras, pelas sondagens e sua manipulação, alguns que deviam ser profissionais da informação, independentemente das suas legítimas opções político-partidárias, interpretavam os resultados que chegavam e viam-nos com os óculos da cor escolhida. Procurando levar os desejos até à realidade, até para além do que esta ia negando.
Insistia-se na tecla da 3ª força, como se fosse o mais importante da votação, e quando se estava mesmo a ver que o CDS-PP ia ter mais votos que o BE, surgiu a ainda escapatória (será que BE também quer dizer bálvula escapatória?...) do número de deputados. Que foi levada até ao quase ridículo. E que teria sido uma involuntária rasteira para que Francisco Louçã fizesse um discurso que foi um verdadeiro desastre - de que, é evidente, não se fala - na postura de quem vai ter 21 deputados, vai ser decisivo na solução governativa, em que não se conteve e avançou com indicações sobre a composição ministerial. Afinal, o que, já adiantados os apuramentos, se apontava para 21 deputados ficou em 16, e logo se quis esquecido o pouco antes dito, anunciado e fundamento de discurso!
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