Num dado momento da contagem dos votos, chegou a vislumbrar-se - e a comentar-se, de passagem - a situação, que seria a ideal para quem perde a maioria absoluta mas se mantém com maioria relativa, do PS ter mais deputados que a soma PSD e CDS, de poder escolher, a seu bel-prazer, os apoios que quisesse, podendo saltitar de uns para outros, para conseguir maiorias parlamentares em apoio às sua políticas. Pelo número dos seus deputados, pelo número dos deputados dos outros partidos.
E como de um momento para o outro tudo ruiu...
De "pivot" e gestor de maiorias parlamentares, com, por exemplo, 100 deputados PS, com PSD com um número de deputados que nunca lhe posssibilitaria ser-lhe superior com a soma dos deputados do CDS, e 16 ou mais mas nunca superiores a 21 nos dois partidos e na coligação, passou o PS para 96, com a soma do PSD e CDS a ser de 98, podendo estes formar uma maioria de bloqueio, só susceptível de alcançar uma maioria absoluta com o CDS ou com o BE + PCP, autêntico refém dos outros para poder governar!
Interessante a situação política, e o modo de discutir e definir políticas, e interessante a maneira como a aritmética a formou, em pequeníssimas mudanças em curtíssimos espaços de tempo, passando de uma eventual situação de um sobranceiro "condutor do jogo" para uma situação em que o mais votado está necessariamente na submiss dependência dos outros.
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E eis que surgem núvens de poeira!
4 comentários:
Muita água há-de correr ainda sobre as contas e os temas da 'ordem do dia'...
Beijo
Sérgio, ontem o António Filipe dizia na SIC notícias uma coisa interessante: parece que há dirigentes do PS a delegar nas forças políticas da oposição a responsabilidade de formar governo.
Mas para que raio fazemos nós eleições? Maioria parlamentar? Podem enfiar a maioria parlamentar naquele sítio onde o sol nunca brilha.
Anda um partido durante anos a criticar as medidas do governo para depois se coligar a ele?
Os "politólogos" fazem-me lembrar os "comentadores" das mafias futebolísticas.
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