Entrámos no restaurante, em Milfontes, onde amigos nos esperavam e o ambiente era diferente de dias normais.
Numa parte àparte do restaurante - chamado tasca - havia uma prova de vinhos, a sala onde se jantava parecia uma plateia. Com um palco-televisão, uma mesa como se fosse camarote real, "habitado" por um jovem e grande e louro casal, as outras mesas dispostas em anfiteatro. Numa destas nos esperavam.
Na passagem para o nosso lugar, espreitámos o "palco" e vimos: Alemanha 1- Grécia 0. Passámos adiante... que o que íamos fazer era mais importante: comer e conviver!
Às tantas, os espectadores, até aí silenciosos, manifestaram grande alegria, embora controlada. Olhámos para o palco e vimos o que motivara aquela reacção: a Grécia empatara. De soslaio, espreitámos para a mesa do casal jovem que, procurando aparentar indiferença, não escondia a contrariedade nos rostos fechados.
Voltámos à conversa (e à raia). Entretanto, apercebemo-nos, em rápidos levantar dos olhos do prato e da conversa, que a Alemanha se impusera nas negociações, contrariando algumas falsas esperanças ou ilusões. E até vimos uma senhora que costuma aparecer noutros futebois, a famosa Ângela Merkl, a levantar-se do seu lugar na tribuna, aos saltos, com aquela sua leveza paquidérmica, a aplaudir toda eufórica.
O casal vizinho abria as faces num sorriso de superioridade que me irritou, e achei-os parecidos com a tal mulher pública, a Merkl.
Voltei, rápido, à (ar)raia (esta nada) miúda.
Havemos de nos encontrar numa final qualquer. Pode ser na do Euro (com maiúscula) mas haverá outras muito mais importantes.
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