segunda-feira, junho 11, 2012

Reflexões a propósito do “resgate” da Espanha e Portugal


O tema do dia de hoje é o “resgate” da Espanha.

É curioso que nos meus tempos longínquos de literatura e cinema de cowboys a palavra resgate se associava a rapto feito por bandidos que exigiam o dito resgate e o “rapaz da fita”  (ou do pequeno folheto da coboiada) vinha de cavalo e pistola resgatar a bela raptada. Também deu muito para romances (e fitas) policiais. Nestes, sem cavalo mas com armas…

Mais recentemente, a memória traz-me uma lembrança que me parece oportuna (e dispenso-me de me escusar junto de quem incomoda a o vezo memorialista e a auto-citação pessoais… mas este é um canto pessoal e transmissível).

Há uns 20 anos, estando eu em tarefa no Parlamento Europeu, havia o hábito do membro português da Comissão jantar (ou almoçar) com os deputados portugueses para troca de informações e de impressões. Não sei se ainda acontece mas não estou a ver Durão Barrosoa fazer isso…
Aconteceu que, em "arrumos" finais de Maastrich, um dos “rabos por esfolar” era a coesão económica e social e a importância a dar ao chamado Fundo de Coesão para os “países da coesão” - Irlanda, Grécia, Espanha e Portugal. Num desses jantares, o comissário falando de posições em Conselho de Ministros, informou-nos que “nada feito, não se vai incluir o Fundo de Coesão no tratado, e o mais que se conseguirá é que fiquem anexo, o que terá muito menos força, como sabem…”.
Cada um reagiu à sua maneira nas parecia assente. Só que no dia seguinte se veio a saber que, afinal, o tal Fundo de Coesão estava incluído no texto (no miolo) do Tratado. Porquê Porque a Espanha (ou os seus representantes nas negociações) não desistira, ao contrário do seu obediente vizinho, e até tinham feito ameaças sérias. Eficazes.

Não digo que a(s) história(s) se repete(m) 
... mas ensina(m)-nos!

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

A mentira descarada esteve sempre ligada ao comportamento de certos políticos.

Um beijo.

C. Silva disse...

Quer-se dizer com isto que as condições impostas a Espanha são muito mais vantajosas do que as impostas a Portugal?