O tema do dia de hoje é o “resgate” da Espanha.
É curioso que nos meus tempos longínquos de literatura e cinema de
cowboys a palavra resgate se associava a rapto feito por bandidos que exigiam o
dito resgate e o “rapaz da fita” (ou do
pequeno folheto da coboiada) vinha de cavalo e pistola resgatar a bela raptada.
Também deu muito para romances (e fitas) policiais. Nestes, sem cavalo mas com
armas…
Mais recentemente, a memória traz-me uma lembrança que me parece
oportuna (e dispenso-me de me escusar junto de quem incomoda a o vezo
memorialista e a auto-citação pessoais… mas este é um canto pessoal e
transmissível).
Há uns 20 anos, estando eu em tarefa no Parlamento Europeu, havia o
hábito do membro português da Comissão jantar (ou almoçar) com os deputados
portugueses para troca de informações e de impressões. Não sei se ainda
acontece mas não estou a ver Durão Barrosoa fazer isso…
Aconteceu que, em "arrumos" finais de Maastrich, um dos “rabos por
esfolar” era a coesão económica e social e a importância a dar ao chamado Fundo
de Coesão para os “países da coesão” - Irlanda, Grécia, Espanha e Portugal. Num
desses jantares, o comissário falando de posições em Conselho de Ministros,
informou-nos que “nada feito, não se vai
incluir o Fundo de Coesão no tratado, e o mais que se conseguirá é que fiquem anexo,
o que terá muito menos força, como sabem…”.
Cada um reagiu à sua maneira nas parecia assente. Só que no dia
seguinte se veio a saber que, afinal, o tal Fundo de Coesão estava incluído no texto
(no miolo) do Tratado. Porquê Porque a Espanha (ou os seus representantes nas
negociações) não desistira, ao contrário do seu obediente vizinho, e até tinham
feito ameaças sérias. Eficazes.
Não digo que a(s) história(s) se repete(m)
... mas ensina(m)-nos!
2 comentários:
A mentira descarada esteve sempre ligada ao comportamento de certos políticos.
Um beijo.
Quer-se dizer com isto que as condições impostas a Espanha são muito mais vantajosas do que as impostas a Portugal?
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