Povos pagam crise do capital
Entre Outubro de 2008 e o mesmo mês de 2011, a Comissão Europeia aprovou ajudas estatais a favor de instituições financeiras que ascendem a 4,5 biliões (milhões de milhões), montante astronómico que corresponde a 37 por cento do Produto Interno Bruto dos 27 estados que integram a União Europeia.
A revelação foi feita pela própria Comissão Europeu, dia 6, em comunicado de imprensa, no qual reconhece que se por um lado as ajudas «permitiram evitar falências bancárias em massa e perturbações económicas em grande escala», por outro lado «fizeram recair sobre os contribuintes o peso da deterioração das finanças públicas, sem resolver o problema de como lidar com os grandes bancos transfronteiriços em dificuldade».
A Comissão afirma que as propostas agora apresentadas permitirão «proteger os contribuintes» e evitar tais situações no futuro, munindo as autoridades de supervisão com poderes de «prevenção», de «intervenção precoce» e de «resolução», sendo a intervenção tanto mais «intrusiva» quanto mais grave for a situação.
Mas em caso de falência quem irá pagar? A Comissão, que já antes havia proposto a criação de um fundo europeu comum, vem agora sugerir que cada Estado crie o seu próprio fundo, com capitais oriundos dos próprios bancos, o qual poderia ser mobilizado tanto para salvar instituições nacionais como para acorrer a situações graves surgidas noutros países.
Todavia, é sabido que não está na natureza dos monopólios capitalistas aceitarem pagar dívidas alheias sem ganharem nada com isso. Deste modo, não se espera que as «cândidas» propostas de Bruxelas sirvam para algo mais do que mera propaganda. E neste caso, como preveniu o responsável pelo Mercado Interno e Serviços, Michel Barnier, em futuras falências, «os cidadãos terão de pagar novamente a conta, ao passo que os bancos resgatados continuarão na mesma, sabendo que voltarão a ser salvos».
em avante!
(aproveitamento da "crise"
para se avançar com "soluções" políticas
a caminho do federalismo...)
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