A propósito desta efeméride que vivi, há 50 anos, preso no forte de Caxias, e da história que (me) conto nos dias de agora (e que noutra altura ou lugar contarei), continuei, ao falar de espaços onde, a pensar neste "blog" e no que aqui colocar:
(...)
Talvez também no
anónimo.
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É facto que o tenho
abandonado um bocado.
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Terá deixado de ser o
meu lugar de comentário “ao momento”.
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Muito o justificará,
embora o sinta um pouco como uma certa falta minha para com alguns companheiros
com quem, através dele, mantinha um contacto quase quotidiano muito estimulante
(Graciete, Olinda, Antuã, GR).
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Que fazer? (a pergunta
do costume!)
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Deixar andar… sem ser
ao deus dará.
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O espaço mantém-se, a
realidade a comentar abunda, a receptividade expressa escasseia, novas
preocupações me tomam, para outros sítios e actividades sou convocado.
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Mas, no caso, será
decerto uma questão de apetência porque de uma coisa não é certamente: de falta
de assunto e de vontade/necessidade de intervir.
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Estamos a atravessar
dias… de agora e (talvez) decisivos!
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(Há os que o não
sejam?)
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Ontem, foi um dia D,
com a manifestação dos polícias (mas já nos esquecemos dos "secos e molhados?", e
que tudo é sempre um processo?) e com aquela “coisa” do dr. Mário Soares, em que
também estivemos representados.
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Mas não me resigno a
ouvir e calar, a saber e a aceitar, a sentir e a consentir.
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Como escrevi em
comentário a um texto em que, muito acertadamente, é citado Lenine (…Foi
o mesmo Lênin que nos ensinou a não confundir alvos, a defender alianças com
aliados “instáveis, inconsequentes e vacilantes”, no livro “Esquerdismo, doença
infantil do comunismo”, escrito três anos depois da grande Revolução de
Outubro, na Rússia.) também acho que não se podem confundir
os “aliados instáveis, inconsequentes e vacilantes” com os que estão ao
serviço da outra classe, sempre e em todas as circunstâncias, com os têm bem
definidos outros alvos e só vêem em nós um apoio (uma muleta) para as
suas escaladas, enquanto o formos e nunca um aliado para a luta contra a classe
que servem.
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Esses não são instáveis,
inconsequentes e vacilantes, são estáveis, coerentes e firmes na sua luta contra
nós e o que defendemos.
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O que, diga-se, é
natural até porque a sua concepção de vida e de ser humano, a sua ideologia (e
a sua prática coerente, a sua pragmática dentro da classe) é outra,
ausente da perspectiva da luta de massas como motor das transformações sociais
e da existência de classes.
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Quer dizer, do Socialismo como
futuro da Humanidade.
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Do lado deles, desses, há irredutibilidade,
isto é, estabilidade, coerência, firmeza.
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Do nosso, também tem de haver,
com toda a abertura para as alianças com os “instáveis, inconsequentes e variáveis”.
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O que não significa menoridade,
talvez até, em muitos casos, exigência e busca de rigor e perfeição.
2 comentários:
Alguma reflexao,sobre o momento.Como sempre,parece pouco,mas desmistifica bem os bem intencionados do costume.Sei,que precisas de lavrar por mais campos,mas neste,as sementes semeadas,nao sao em vao!
Tenho aprendido muito contigo.Obrigada,camarada Anônimo!
Um beijo
Aliados, sim, com todos os que desejam uma sociedade mais justa para todos e não com aqueles que utilizam, como prática corrente,os argumentos dos que lutam e sempre lutaram por um outro Mundo, para continuar a manter o seu aparente prestígio e os seus privilégios dentro da classe a que pertencem.
Um beijo.
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