segunda-feira, novembro 25, 2013

A memória não pode ser curta - alianças e unidades

Num caminho inverso do habitual (blog-->facebook), fui buscar para aqui um texto de um amigo, publicado no facebook, que me pareceu vir ao encontro (e valorizar) reflexões já aqui deixadas:

«A memória não pode ser curta!

Antigamente o jornal tinha uma esperança média de vida bem curta. Saía da papelaria imaculado, sem dobras e passava directamente à mesa da pastelaria da esquina. Fazia-se acompanhar de um café, um pastel de nata e escancarava as gordas de página em página, uma imensa onda de novidades e cheiro a coisa nova. Seguia depois para o trabalho, agora enfiado na pasta e já sem a aura impoluta que cinco minutos antes o caracterizava. Tinha sido desvirginado e só voltaria a ver a luz do dia lá para a hora do almoço. Então, com mais vagar e uma leitura atenta de um ou outro artigo que por natureza das circunstâncias chamasse a atenção do leitor. Porque a vida também tem muito de trágico e porque estas coisas são mesmo assim, o jornal chegava a casa ao fim do dia com cheiro a mofo, um ar cansado, esbatido e as notícias com ar de terem sido escritas há muito tempo. Que dizer então do dia seguinte, se a sorte lhe permitisse tal destino em vez do habitual caixote do lixo? Parecia já coisa antiga que na melhor das hipóteses seria usada para atear o lume e, finalmente, morrer sem honra nem glória na companhia de uma acendalha com ar de pavão e chama fácil.

Isto fazia das notícias qualquer coisa de curta duração. Ejaculação precoce favorável ao consumo imediato mas sem nada que avivasse a memória em relação ao que foi dito.

Hoje, é tudo um pouco diferente. Estamos ligados em rede e os jornais tornaram-se electrónicos. A ejaculação já não é tão precoce. Vejamos:
"A venda de parte das participações detidas na EDP, na Galp e na REN, bem como a privatização da TAP, dos CTT e da área seguradora da CGD está a ser ponderada pelo Governo, revelou hoje o ministro Teixeira dos Santos.
A novidade foi hoje avançada pelo governante numa entrevista telefónica concedida à agência de informação financeira Bloomberg, no mesmo dia em que o Executivo apresentou as linhas mestras do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) até 2013."

Esta era a posição do PS em 2010, estando na altura no governo.

As capas dos jornais de hoje:
  • PS contra “agenda escondida de privatização da administração pública”
  • PS contra privatização de TAP, RTP, ANA, CGD e Águas de Portugal
  • PS: privatização dos CTT «lesa os interesses nacionais»! 


Alianças? Sim, indispensáveis!
Mas… com “estes” a serem os mentores (e aproveitadores) da chamada “unidade de esquerda”?!

PG»

OBRIGADO!


3 comentários:

Justine disse...

Pois é, a perspectiva muda quando se está ou não no governo. Isto é o que se chama ter convicções e ser coerente...

Antuã disse...


Alianças com vendedores de banha de cobra?!...

Graciete Rietsch disse...

Aliança com gente que usa a palavra sim ou não para os mesmos empreendimentos conforme as suas conveniências, NUNCA!!!!!!
Unidade, sim. Do trabalho contra o capital!!!!!!!

um beijo.