Realizou-se entre a última 6ª feira e domingo, em Lisboa, o 15º Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários (EIPCO).
Neste "pequeno" (diria mesmo insignificante...) encontro estiveram representadas 77 organizações de 63 países, e foram recebidas saudações de 14 outros partidos comunistas e operários que não puderam comparecer.
O lema do encontro foi "O aprofundamento da crise do capitalismo, o papel da classe operária e as tarefas dos comunistas na luta pelos direitos dos trabalhadores e dos povos. A ofensiva do imperialismo, a rearrumação das forças no plano internacional, a questão nacional,a emancipação de classe e a luta pelo socialismo". Este lema (coisas sem importância...) motivou troca de informações e um debate com mais de uma centena de intervenções, e provocou a elaboração e aprovação de um documento com as13
«Linhas de orientação para a acção comum ou convergente
Os Partidos reunidos no 15º Encontro Internacional de Partidos
Comunistas e Operários definem as seguintes linhas de orientação para a sua
acção comum ou convergente, mandatando o Grupo de Trabalho para procurar
implementar estas linhas de orientação em coordenação com os partidos membros
da Lista Solidnet.
1 – Comemorar, durante o ano de 2014, o 100º aniversário do
início da Primeira Guerra Mundial, e o 75º aniversário do início da 2ª Guerra
Mundial, através de uma campanha conjunta alertando para os perigos de novos
confrontos militares internacionais, alertando para a necessidade de realçar a
luta pela paz e contra a agressividade e guerras imperialistas, sublinhando que
a luta pela paz está intimamente ligada à luta pelo socialismo. (Neste sentido
o Partido Comunista Alemão, o Novo Partido Comunista da Holanda, o Partido do
Trabalho da Bélgica e o Partido Comunista do Luxemburgo informaram acerca da
preparação de uma acção na cidade fronteiriça de Aachen, em 15 de Fevereiro).
2 – Assinalar os 15 anos do início da criminosa agressão
imperialista da NATO contra a República Federal da Jugoslávia, uma nova fase do
desenvolvimento da estratégia militar imperialista e o início da ocupação da
província sérvia de Kosovo e Metohija.
3 – Estimular, em coordenação com os partidos da Ásia, de África
e da América Latina e e das Caraíbas, a organização de um seminário
internacional sobre o impacto da crise capitalista nos países em
desenvolvimento, especialmente focado em assuntos como o direito ao desenvolvimento
económico e social e a protecção dos recursos naturais, bem como em assuntos da
agricultura, posse da terra, e segurança alimentar. Sublinhar o papel dos
monopólios na destruição ambiental no plano global, reafirmando simultaneamente
o ponto de vista anti-monopolista e anti-capitalista sobre a agudização da
crise ambiental.
4 – Organizar uma campanha internacional de solidariedade com os
processos e lutas a decorrer na América Latina e nas Caraíbas, e em particular
em Cuba – contra o bloqueio dos EUA, a posição conjunta da UE, e pelo regresso
dos quatro patriotas cubanos detidos nas prisões dos EUA – com a Venezuela
Bolivariana e luta do povo colombiano pela paz e justiça social.
5 – Estudar a possibilidade – tirando partido de eventos
internacionais onde esteja presente um grande número de Partidos – de organizar
uma reunião de trabalho para debater a ofensiva ideológica e o papel dos meios
de comunicação social, bem como trocar experiências sobre o trabalho de
comunicação de massas.
6 – Comemorar o Dia Internacional da Mulher (8 de Março de 2014) realçando os
efeitos da crise e da multifacetada ofensiva imperialista sobre as mulheres
trabalhadoras e as mulheres oprimidas nacionalmente, manifestando solidariedade
com a sua luta e com o seu movimento anti-imperialista.
7 – Honrar o 1º de Maio, participando nas lutas em cada país
pela defesa dos direitos económicos e sociais dos trabalhadores e dos povos, do
direito ao trabalho e dos direitos laborais, sublinhando a importância da luta
de classes, pelo fim da exploração do homem pelo homem. Pensar na possibilidade
de anunciar neste dia um dia de acção, com iniciativas em cada país, contra o
desemprego e as suas verdadeiras raízes, dando particular importância ao
desemprego massivo entre os jovens. Defender os direitos sindicais, denunciar a
perseguição política e exigir a libertação dos activistas sindicais presos.
8 – Estudar a possibilidade de acções convergentes de combate
contra o racismo, a xenofobia, e o fascismo, realçando a importância da luta ideológica
contra o anti-comunismo e a reescrita da História, denunciando o papel da União
Europeia nas campanhas e medidas institucionais visando equiparar comunismo a
fascismo.
9 – Estabelecer um dia de acção, com expressões em cada país,
contra a perseguição dos partidos comunistas e a proibição de símbolos
comunistas, manifestando solidariedade com os partidos comunistas proibidos nos
seus países.
10 – Comemorar o 95º aniversário da Criação da Internacional Comunista (Março
de 1919) sublinhando, pela ocasião dos 90 anos sobre a morte de Lenine, a sua
contribuição fundamental para o movimento comunista.
11 - Estimular, em coordenação com os Partidos dos países árabes
e do Médio Oriente, a organização de um seminário internacional sobre as lutas
de emancipação social e nacional dos povos dos países árabes e do Médio
Oriente, manifestando a solidariedade com todos os povos da região que são
vítimas dos crimes e agressões imperialistas e sionistas, entre outros o povo
palestino e sírio, e também os povos que se erguem contra os regimes
repressivos, ditatoriais e reaccionários, em defesa dos seus direitos sociais,
políticos e democráticos.
12 – Continuar a denunciar a intervenção imperialista na Síria e
no Irão, e continuar a luta pelo reconhecimento de uma Estado Palestiniano
independente.
13 – Promover a frente internacional contra o imperialismo e
apoiar as organizações internacionais anti-imperialistas de massas, a Federação
Sindical Mundial (FSM), o Conselho Mundial da Paz (CMP), a Federação Mundial da
Juventude Democrática (FMJD) e a Federação Mundial Democrática de Mulheres
(FMDM), no contexto específico de cada país.»
Apetece parafrasear o título do livro
de Carlos Aboim Inglês
COISA POUCA!
1 comentário:
Coisa Pouca, mas que pode mudar o mundo.
Um beijo.
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