Passando à ficção, que a realidade alimenta:
O banqueiro-mor ainda-de-Portugal-mas-já-nem-por-isso não mandou recado, exigiu. O chefe da famiília banqueira chamou a secretária particular, a nº 1.
- Sim, padrinho?
- Convoca-me aí o nosso fornecedor de "catering"
- Sim, padrinho!
Passada uma meia-hora, entra no gabinete do chefe-padrinho o fornecedor de "catering".
- Sim, padrinho?
- Olha, vamos rever aquela decisão de não fazer o jantar de família do Natal?
- Sim, padrinho!
- Mas tem de ser mais barato que o do ano passado...
- Claro, padrinho. A crise...
- ... pois... temos de fazer cortes.
- Claro, padrinho. Cortamos nos convivas?
- Não! Até temos que juntar à lista uns primos que não vieram o ano passado. São mais dois casais, além do banqueiro-mor que também tem de vir.
- Sim, padrinho. Então... cortamos nos aperitivos?
- Estás parvo?
- Pronto, pronto. Corta-se no "consomé"?
- Não... até pode servir para aconchegar os apetites.
- Claro, claro. Passamos, talvez, de dois pratos de peixe e de dois de carne para apenas um de cada.
- Nem pensar. Há que manter a possibilidade de escolher.
- Claro, claro. Vinhos?
- Tinto e branco, é óbvio.
- Com certeza. Mas, talvez..., de marcas menos caras.
- Qual quê?!, íamos agora servir mistelas.
- Sobremesas?
- O ano passado foram boas, Fizeste bom trabalho. Mantêm-se.
- Cafés, chás, digestivos... baixamos o nível dos digestivos?
- Claro que não!, e adiciona um desses champagnes franceses porque há que brindar pela paz entre nós, os banqueiros de boa vontade e de muitas vontades...
- ... então, padrinho... não vejo onde cortar...
- Não vês?... És burro, ou quê?, o problema é teu, mas dava-te um conselho...
- ... sim, padrinho...
- Cortas no pessoal, e não pagas horas extraordinárias aos que tiverem de trabalhar horas extra!
- ... mas como é que não vi logo... obrigado, padrinho.
- Bom!... vai com deus.
- Vou,vou. Vou com o espírito santificado.
1 comentário:
Claro. Mas como é que ele não viu logo?!!!!!!!
Um beijo.
Enviar um comentário