Quase todos nós – não todos, e
compreende-se porquê –, nas 45 vezes que este dia chegou nos anos que se
seguiram a 1974, festejaram a data como a do fim de quase meio século de
fascismo e década e meia de guerra colonial;
Muitos de nós sempre comemoraram a data como o final de
uma fase da luta pela liberdade e pela democracia, como valores a praticar e a melhorar em convivência cidadã (destes, não poucos com o dir-se-ia bónus de, nesse dia, terem recuperado a sua liberdade pessoal até essa data encarcerada e condicionada);
Alguns de nós também assinalam a
data como a de trampolim para a sua luta nunca escamoteada, e já não obrigando à clandestinidade, pelo objectivo de, fazendo avançar a democracia, transformar a sociedade.
Este ano de 2020, circunstâncias
inesperadas impossibilitam - pela prioridade a dar à defesa da saúde pública - que se festeje como nos anos anteriores, mas nada impede que, como Povo, e
na chamada Casa da Democracia porque é lá que estão a trabalhar (sim, a
trabalhar!) os representantes eleitos por esse Povo, se assinale a data, se relembre a sua
importância na nossa História, cumprindo o que a todos respeita como condicionante derivada dessa prioridade, assumida
por todos porque formalizada nessa mesma Assembleia da República.
Há quem, em perfeito dis-la-te, não
tenha querido perder a oportunidade de atacar o que nunca defendeu, a data sempre
festejada por quase todos nós, e tenha procurado provocar um descarrila-mente
através de informação falaciosa que invoca razões que não tem, que argumenta com
analogias que não existem, que faz campanha e petição procurando perturbar quem não está devida e suficientemente informado.
Seja dito sem titubear: este dis-la-te é promovido por quem nunca festejou o 25 de Abril,
nem em 1974 nem em todos os anos de liberdade e democracia que se lhe seguiram. Como sempre, informa-se fora dos carris, e por vezes consegue-se arrastar pouco e mal informados para descarrila-mente.
3 comentários:
Quando tomei conhecimento da petição contra a celebração do 25 de Abril, ocorreu-me que não viesse a ter maior impacto do que o desabafo da formiguinha (a da conhecida anedota) que, com o pé bem preso nos carris, ao ver aproximar-se o comboio e depois de muito ter estrebuchado para se soltar, suspira:
- Que se lixe! Se descarrilar, descarrilou!
Depressa me apercebi de que levianamente o pensei. Entendo perfeitamente que a coisa possa agigantar-se, no actual contexto.
Parece que não, que lhe foi "dada a volta" com aquela ida do 1º ministro ao Cardeal Patriarca... mas que foi tentado o descarrilamento, foi! Eles andam por aí...
Obrigado pelo comentário estimulante.
Já te disse que é um texto excelente?
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