sexta-feira, abril 17, 2020

GLOBALIZAÇÃO E LUTA DE CLASSES - 9

continuação:



1. Tenho lido e escrito muito sobre a crise-coronavirus. Desde 2 de Março em quase-isolamento, mas não desde logo em emergência ou confinamento.
Entretanto, no começo da semana de 16 de Março tudo começou a precipitar-se , houve o alerta e medidas correlativas para culminar com a 4ª feira, 18, da declaração de emergência.
Descortinavam-se, diria assim, duas evoluções paralelas e desfazadas.
i)                 Uma, ilustrada pela situação e evolução da China, com uma abordagem de Estado, colectiva e de direcção única;
ii)               outra, no sistema capitalista, com uma abordagem contraditória e descontrolada, baseada numa ideologia individual, prevalecendo interesses de classe e egoístas, não diria conspirativamente planeada mas de dinâmica de aproveitamento estratégico, em que o Estado é serventuário do poder mais financeiro que económico, dada a correlação de forças sociais. Noutros termos, em que a política está dependente da economia-financeira, e à escala global.
Passo-a-passo fui criando, nas minhas elucubrações, uma previsão adensada (dialéctica) de que se caminhava, precipitada e rapidamente, para a abertura de um caminho que nos colocaria perante um salto qualitativo:
ou para uma rotura positiva resultante de resposta de povos e Estados à crise económica permanentemente em gestação no capitalismo e de certo modo em descontrolo… mas, para isso, com que forças organizadas e como?;
ou para um abismo (com sinais denunciados – então e desde então –, por exemplo, em crónicas internacionais de Jorge Cadima e trabalhos de José Goulão, que são assustadores), para um desastre civilizacional, planetário.

continua

1 comentário:

Olinda disse...

Um salto de consequências imprevisíveis.Bjo