terça-feira, setembro 15, 2009

Reflexões lentas e curtas - 2. O PCP não é um partido do poder?

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (
O Partido com paredes de vidro)… e não outro

3. O Poder aparente e o real Poder
4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real
5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder



Depois de se dividirem os partidos entre os que são do poder e os que não são do poder, e de se fazer de tal destrinça uma peça-mestra do "puzzle" da comunicação, utilizando-se todas as vias, até as mais ínvias, está armada a trama para se acrescentar, ou ir acrescentando, que este Partido, o PCP marxista-leninista, o partido que se afirma como sendo de classe, porque, para ele, há classes, e quere-se da classe operária e de todos os trabalhadores (art. 1º.1 dos Estadtutos, lembre-se) não é do poder. E que só serve para (ou só se tolera como) contra-o-poder. Já houve até quem lhe chamasse grilo falante. Mas isso de nomes que lhe têm prantado e de certidões de óbito tem o currículo cheio...
No entanto, estas asserções arrastam outras reflexões, a começar por se afirmar o que é este Partido e não outro, e a dar conteúdo a essa ideia vaga do que é o Poder.
Sobre o que é este Partido e não outro, há que o conhecer por dentro e não presumir-se que o conhece pela imagem que dele dá quem contra ele sempre esteve e o vê na perspectiva que é a sua e de quem a formou assim, e de quem, tendo estando dentro dele, dele saíu porque este não era o seu partido, não era o partido que o servia. (E não estou a sugerir coisas más, interesseiras, vilãs... Não era o partido que o servia, ou na sua maneira de viver e carreira de vida, ou na sua ideologia, eventualmente entretanto alterada, e porque não conseguiu alterar a do partido em que estava.
Para conhecer este Partido há que conhecer os seus estatutos, o seu programa, o seu funcionamento e a coerência que tem em relação a eles. Julgar o Partido pelo comportamento de alguns militantes é muito pouco, para o bem e para o mal, porque há militantes que são "melhores" (a critério do avaliador) que as massas e há militantes que são "piores" que as massas, e é um partido que se define como sendo de massas e que tem uma história que não começa no dia, mês e ano em que nasceu. (Leia, quem queira o livro de Álvaro Cunhal, O Partido com paredes de vidro).
Não encontro melhor exemplo para ilustrar o sem-sentido da imagem que se inculca do Partido que a ridicularização do voto de braço no ar. Em todo o sítio e circunstâncias esse tipo de voto é usado. Mas, ao usá-lo como expressão de uma forma democrática, colectiva, transparente, de viver, o PCP é anatematizado e ridicularizado. Pobres (de espírito) os que não entendem que a caricatura não substitui a realidade. Como dizia Lenine "fazem de nós uma caricatura e atacam-nos pela caricatura que fizeram de nós".
O Partido, este partido, não tem pressa, está vivo. E é poder! O que custa muito a suportar... pela outra classe.

2 comentários:

José Rodrigues disse...

O ensaio "O Partido com paredes de vidro",para ter sempre à mão e agir em conformidade.Ajuda imenso à luta contínua.

Abraço

Sérgio Ribeiro disse...

Pois... está aqui, mesmo "à mão de semear". Como o Programa e Estatutos.

Abraço