sábado, fevereiro 20, 2010

Balanço e pausa (ou vice-versa)

Quando escrevi balanço e pausa, aqui há uns dias, não sabia muito bem o que iria acontecer. E o que está a acontecer é esta mais acurada reflexão sobre o que representa, para quem me possa ler e para mim, esta forma de comunicar. Para melhor me/nos aperceber/mos do "estado da nação", e deste pedaço da "nação" que somos nós, os que aqui e assim comunicamos.
Ontem, tivemos um bom exemplo. Deixei uma mensagem, que algum trabalho me deu, muito séria, muito ilustrativa da política que está a ser feita, na sequência da que se faz há mais de 3 décadas, e uma outra (diria) de desanuvio e desabafo, aproveitando o grande Zé Gomes.
Não tenho dúvidas que a primeira, sobre o OE e o défice e essas coisas, foi lida, em alguns (em alguém) mereceu reflexão que justificou o meu esforço... mas nenhuma reacção chegou, em comentários ou outra; a segunda, traduzia estado de espírito de hoje, como só o José Gomes Ferreira sabe fazer, e logo vieram comentários e outras formas de reacção.
Acabei o dia de ontem e comecei o dia de hoje, com a "ponte" do sono, a pensar nisto. Há matérias "chatas", repulsivas, ou será só alguma inibição em comentar assuntos e temas que se encaram como "reserva de caça" de uns senhores e profissionais ou especialistas? Olhem que não são, olhem que não podem ser!
Continuarei a pensar. Espero que com a vossa ajuda.

11 comentários:

José Rodrigues disse...

Não tenho dúvidas, de que as matérias a que chamas "reservas de caça",não são fáceis de abordar neste tipo de comunicação um tanto fria, que é a dos bytes.Para gente que, como eu,tem como habilitações académicas o antigo curso industrial, a dificuldade aumenta.Mas,com a leitura de trabalhos dos economistas fora da escola "do pensamento único" vou tentando perceber no meio do "polvo" que nos sufoca/distrai(?), para onde vai a Nação, que, cito :" Ao contrário do que afirmam ,por vezes homens de esquerda,a nação não é,de modo algum,um conceito ultrapassado.É uma realidade,e uma realidade moderna"In-Pequeno dicionário de Economia-Sérgio Ribeiro.Tem isto a ver com a leitura das "Notas acerca de uma década perdida"do Carlos Carvalhas que reforça a minha convicção de que "a Nação é uma realidade moderna".O mais difícil está em explicar isto aos nosssos "jotas",a quem andam a vender a ilusão de que é "tudo sem fronteiras":o capital,o emprego,a ambição,o chairman,etc.Vai longa a arenga,e por isso faço uma pausa,fico à espera do balanço!
Abraço

Fel de cão disse...

Compreendo o seu estado de espírito...O trabalho que aqui tem feito é aquilo a que eu chamo o trabalho de militante. Ora eu nunca tive jeito para isso e hoje considero que,por mim,não vou perder tempo com o estado a que as coisas chegaram...há coisas que já não "mexem" comigo...Mas com os versos de alguns dos nossos poetas,com ou sem música...isso "mexe".Apesar de ler e reler esses poemas, há mais de 40 anos, ainda fico, como diz outro poeta, "Todo por dentro a abanar como a terra em Agadir..."

Graciete Rietsch disse...

Amigo e querido camarada Sérgio, eu nunca deixo de ler um post teu desde que resolvi meter-me nisto da computação, muito tarde já, porque me sentia uma autêntica analfabeta. Mas nem calculas o que tenho aprendido contigo!!!!Sinto-me muito mais informada desde que comecei a seguir determinados blogues.Às vezes não comento porque concordo em absoluto e outras vezes porque tenho alguma dificuldade em apreender determinados conceitos. mas volto a lê-los e a tentar percebê-los.
A verdade é que muito tenho aprendido e quero continuar a aprender. O teu blog faz-me falta.
Um grande abraço com toda a minha simpatia e admiração.

Fel de cão disse...

Desculpem voltar de novo...Mas antes de me acusarem de desânimo remete-vos para o "FEL DE CÃO" e ao belíssimo poema, de José Gomes Ferreira, HOMENS:NA NOITE DO DESÂNIMO.

Justine disse...

A reflexão é pertinente. E inevitavelmente nos encaminha para a conclusão de que as tuas crónicas são de tal modo importantes, sérias e lúcidas que uma discusão ao mesmo nível não é possível neste "suporte" bloguista...

Sérgio Ribeiro disse...

José Rodrigues - Das tuas observações, guardo o ensinamento de uma reflexão que muito ajuda, e o reconhecimento pela lembrança do pequeno dicionário de economia (da Prelo), um velhíssimo projecto... meio concretizado (e apreendido pela censura!)
Fel de cão - ó amigo, isto de ser militante tem que se lhe diga. O ZéGomes, o Poeta Militante, era-o muito antes de ser do (ou de entrar para) o Partido. E como eu gostaria que alguns dos meus textos "chatos" (classificação minha...) tivessem a capacidade esclarecedora e mobilizadora de tantos poemas do Zé Gomes!
Graciete - Camarada, a tua presença e intervenção permanentes são verdadeiro oxigénio...
Justine - o que temos conversado sobre "isto"... sem gastar muitas palavras! Aqui, nesta nesta nossa constante troca de ideias (e não só), há mesmo a questão de ser ou não ser... militante.

Muito obrigado a todos (ao Fel de cão, duas vezes!).

samuel disse...

Com comentários ou sem, o que é importante é termos acesso às tuas teflexões... mesmo que apenas pensemos "para dentro": é isso!...

Maria disse...

O que acontece, Sérgio, e falo por mim, é que eu leio-te para aprender. Para fazer 'revisões da matéria', quantas vezes. E isto não é comentável, muitas vezes.
Mas sabes que és lido, e 'absorvido'. E isso é que é importante.

Um abraço estimulante!

Sérgio Ribeiro disse...

É malta... não é queixume (embora às vezes pareça e, talvez..., seja), é reflexão.
E aquela dos impostos directos e indirectos, do IVA e do IRC e das fugas e fraudes fiscais EXIGE comentários. E merece ser referido o trabalho do Eugénio Rosa.
Isto digo eu...

Abraços amigos e gratos!

Antuã disse...

Os trabalhos do Eugénio Rosa podem ser lidos em vários sítios da rede e em vários cantos (blogs) bem como são espalhados por correio electrónico por muitos amigos e camaradas. Os teus trabalhos, Sérgio, também são bem mastigados por quem te lê, no entanto, tens que perceber que muita gente não comenta com medo de dizer asneiras. Isto faz-me pensar que a leitura não é tanta como deveria ser de modo a que independentemente das habilitações académicas se possa ter um mínimo de informação parqa comentar. Eu só comecei a ter um conhecimento mais consciente do marxismo através da Ecomomia política do Avelãs nunes na Faculdade de Direito de Coimbra. Mas também sabes como noutras faculdades com outros catedráticos esta cadeira é abastardada.

Bruno disse...

Lembrei-me disto:

"Será aconselhável para quem não é especialista em assuntos económicos e sociais exprimir opiniões sobre a questão do socialismo? Eu penso que sim..." - Albert Einstein

Daqui:
http://resistir.info/mreview/porque_o_socialismo.html

Pensando sobre o assunto...