A NATO, organização especializada em terrorismo, no seu segundo conceito estratégico, dedicou-se, também, ao combate ao terrorismo, um “inimigo” nascido, criado, entretecido, justificando as intervenções humanitárias, sempre na defesa dos “direitos humanos” a impor aos outros…
Para Lisboa, para a reunião de Novembro, prepara-se o “novo conceito estratégico”, de que se esperam “novidades”, correspondendo ao alargamento do âmbito geográfico e de temas, de certo modo apenas adoptando a posterior o que já faz na prática… mas a verdadeira novidade talvez seja a inclusão da questão ambiental como pretexto para ingerências, essa “construção” a partir do dito “aquecimento global”, talvez procurando recuperar do que foi o fracasso (para “os da NATO”...) da reunião de Copenhague.
Para Lisboa, para a reunião de Novembro, prepara-se o “novo conceito estratégico”, de que se esperam “novidades”, correspondendo ao alargamento do âmbito geográfico e de temas, de certo modo apenas adoptando a posterior o que já faz na prática… mas a verdadeira novidade talvez seja a inclusão da questão ambiental como pretexto para ingerências, essa “construção” a partir do dito “aquecimento global”, talvez procurando recuperar do que foi o fracasso (para “os da NATO”...) da reunião de Copenhague.
Na sessão comemorativa dos 60 anos do Conselho Mundial da Paz, promovida pelo CPPC, terminei os sete minutos do meu testemunho com duas reflexões:
« (…) As duas reflexões que quero ainda deixar decorrem do testemunho trazido:
A mobilização do movimento pela Paz para a segurança e cooperação europeias não foi (digamos…) pacífica relativamente aos países sob repressão fascista, particularmente Portugal em guerra colonial. Lembro acaloradas discussões com camaradas espanhóis que consideravam ser errado pressionar a participação desses Estados em tal processo por poder representar uma certa aceitação dos regimes. Não tive, nem tenho!…, dúvidas que a posição de abrir mais uma frente de denúncia e combate ao fascismo e ao colonialismo, pressionando os Estados a comprometerem-se, era justa porque a que melhor servia a Paz e os Povos.
A segunda reflexão está – para mim – em aberto, ou melhor, mais se abriu como um rasgão… depois dos anos 80. O caminho percorrido baseava-se no princípio da coexistência pacífica (decreto nº 1 da União Soviética), e da Paz como necessidade intrínseca ao Socialismo e à Humanidade. Mas partiu-se no pressuposto de que, nos países socialistas, era consistente o passo em frente na luta de classes, que as massas não seriam permeáveis às campanhas que, perversa ou criminosamente (como se deveria prever), utilizariam as condições criadas nesses espaços de abertura, como também o não seria para uma camada de dirigentes que, em palavras, associava paz com mais socialismo e mais democracia, coexistindo no aparente respeito pelas diferenças e caminhos autónomos e antagónicos, mas esvaziando os conceitos por os tomarem como neutros, e assim fomentaram a continuação da guerra, da violência e do militarismo, em condições cada vez mais perigosas para a Humanidade.
Depois de criado há 60 anos, o Conselho Mundial da Paz teria estado no auge da sua existência histórica gloriosa com o avanço da segurança e cooperação europeias, depois desvirtuado e traído.
Hoje, atravessadas tantas dificuldades, continua.
Como a luta! »
« (…) As duas reflexões que quero ainda deixar decorrem do testemunho trazido:
A mobilização do movimento pela Paz para a segurança e cooperação europeias não foi (digamos…) pacífica relativamente aos países sob repressão fascista, particularmente Portugal em guerra colonial. Lembro acaloradas discussões com camaradas espanhóis que consideravam ser errado pressionar a participação desses Estados em tal processo por poder representar uma certa aceitação dos regimes. Não tive, nem tenho!…, dúvidas que a posição de abrir mais uma frente de denúncia e combate ao fascismo e ao colonialismo, pressionando os Estados a comprometerem-se, era justa porque a que melhor servia a Paz e os Povos.
A segunda reflexão está – para mim – em aberto, ou melhor, mais se abriu como um rasgão… depois dos anos 80. O caminho percorrido baseava-se no princípio da coexistência pacífica (decreto nº 1 da União Soviética), e da Paz como necessidade intrínseca ao Socialismo e à Humanidade. Mas partiu-se no pressuposto de que, nos países socialistas, era consistente o passo em frente na luta de classes, que as massas não seriam permeáveis às campanhas que, perversa ou criminosamente (como se deveria prever), utilizariam as condições criadas nesses espaços de abertura, como também o não seria para uma camada de dirigentes que, em palavras, associava paz com mais socialismo e mais democracia, coexistindo no aparente respeito pelas diferenças e caminhos autónomos e antagónicos, mas esvaziando os conceitos por os tomarem como neutros, e assim fomentaram a continuação da guerra, da violência e do militarismo, em condições cada vez mais perigosas para a Humanidade.
Depois de criado há 60 anos, o Conselho Mundial da Paz teria estado no auge da sua existência histórica gloriosa com o avanço da segurança e cooperação europeias, depois desvirtuado e traído.
Hoje, atravessadas tantas dificuldades, continua.
Como a luta! »
1 comentário:
Camarada obrigada pelas tuas reflexões sobre a Paz, a Nato, o CPPC. Fiquei mais elucidada.
Gostaria de fazer aqui referência à exposição sobre a Revolução Republicana organizada pelo PCP, no Porto, que achei muito interessante por estabelecer também o paralelo com o 25 de Abril.
Na sequência destas considerações queria sublinhar a tua afirmação de que nos espaços abertos pelas verdadeiras revoluções se pressupunha que as massas e as classes dirigentes não se deixariam influenciar pelas ideias perversas de muitos que deles se aproveitaram.Como tu também dizes houve mesmo influência e muitos ideais aparentemente fracacassaram. Por isso cada vez é mais premente a necessidade da luta.
Um grande abraço camarada Sérgio.
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