No começo da semana, antes da realização do insólito (ou inevitável, dada a sucessão dos “factos” idos e dos vindouros?) Comselho de Estado, resolvi… desacelerar aqui. Não deixar extravasar o sentimento de nojo, dedicar-me mais a coisas sérias. Sem abandonar o espaço.
O que se passou desde então, desde 4ª feira, é uma sucessão de sucessos, isto é, de acontecimentos, ou pseudo-acontecimentos, ou anúncios de acontecimentos que não aconteceram, como poucas vezes tenho vivido (e já muito vivi!).
O que se passou desde então, desde 4ª feira, é uma sucessão de sucessos, isto é, de acontecimentos, ou pseudo-acontecimentos, ou anúncios de acontecimentos que não aconteceram, como poucas vezes tenho vivido (e já muito vivi!).
Apenas anoto referências: a actuação de Paulo Portas, a representar o papel de grande estadista, a Almurienta intervenção absolutamente inqualificável (ah!, tanta coisa inqualificável…), a escalada histérico-dramatizadora, pela máquina tritu-manipuladora PS-Governo, a pretexto da Lei de Finanças Locais, os clímax Teixeira dos Santos e anti-ciclone Lacão, aquela primeira fila da bancada do PS na AR (com um de Assis a falar como se fosse aos peixinhos), a parelha Jardim-Guilherme Silva (um na sombra a fazer de “ponto” e o outro a actuar), os debates e os comentários (des)vários, o que escuta(mo)s ao sol, com as conspirações de serviço e ao serviço de, o PR com o ar de estanhada satisfação porque tudo parece correr-lhe de feição, e mais a que me poupo (com a chamada da Ana Magnani em neo-realismo italiano feito em Hollywood).
Mas também (sim!, mas também) os/as enfermeiros/as, os/as (outros/as) trabalhadores/as da função pública a procurarem mostrar, no meio deste pandemónio, que também existem. E são!
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Isto (mais o que faltou referir) entre 4ª e 6ª! E um indígena a tudo ter de acompanhar – por uma questão visceral de cidadania –, e a querer trabalhar em coisas sérias. Houve momentos, nestas 48 horas, em que, a olhar para a televisão, senti, interiormente, uma agitação que desde 1975 não sentia. Então, com esperança próxima, agora com ela mais longínqua. Mas sempre bem presente. Apesar da sensação de náusea.
Parece que adivinhava quando escrevi a mensagem “balanço e pausa”. Se não o tivesse decidido (escrever e fazer) tinha passado estas horas aqui, a escrever coisas talvez tontas sobre tanta tontaria.
Parece que adivinhava quando escrevi a mensagem “balanço e pausa”. Se não o tivesse decidido (escrever e fazer) tinha passado estas horas aqui, a escrever coisas talvez tontas sobre tanta tontaria.
E luta. E luta! Para que é, sempre, preciso encontrar o modo. De cada um e de todos os que lutam.
Cá por mim, continuarei a tentar desacelerar. Mas aqui.
8 comentários:
Excelente resumo! Irónico e certeiro! Continua assim, que está bem:)))))
:))
Sei que posso ler aqui análises inteligentes, sensatas, escritas por quem muito sabe, finalizando-as com palavras por vezes de inquietação outras de tranquilidade, sempre palavras de incentivo para a Luta, palavras de esperança para um futuro melhor!
Assim, poupo-me de ver espectáculos políticos televisivos degradantes e não me aborreço.
Excelente texto!
Bjs,
GR
Faz parte camarada!
Faz parte do processo de aprendizagem,para que amanhã o povo possa escolher com maior convicção, o seu destino.
Estes teus raciocínios são um óptimo contributo para que isso aconteça.
Por mim fico-te muito grato por isso.
abraço
Fantástico. Dizes tão bem o que nos vai na alma... És a voz de muitos de nós que não sabemos resumir, dissecar com tanto acerto. E temos que ser gratos por isso. Um abraço grande
No meio de toda esta trapalhada aproveitou-se a luta dos enfermeiros e funcionários públicos para a lém de outras que a comunicação social silenciou.
Qerido camarada, não podes desacelerar e sei que vou continuar a aprender muito contigo apesar de já ter ultrapassado a tua idade. Já não sou nada nova mas sinto-me ainda com muita força e coragem para acompanhar a luta.
Mais uma vez um grande abraço de amizade e admiração.
Partilho de todas as tuas emoções, todas.
A luta continua!
Abraço
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