Nesta semana dediquei-me - não em exclusivo, claro, mas em prioridade - à resposta a um convite-convocatória para um artigo para a revista Portugal e a UE, revista dos deputados do PCP no Parlamento Europeu, e que muito "me diz".
O artigo deveria ser sobre os 25 anos de adesão às Comunidades Europeias, uma espéicie de "bodas de prata" de uma espécie de casamento de infelicidade anunciada (e bem anunciada foi, mas os "padrinhos" queriam lá saber).
Não vou, evidentemente, reproduzir o que escrevi, mas a "tese" é que Portugal existia antes de 1986, e que vinha crescendo há séculos, que existia na Europa e não passou a existir por ter "entrado", como Estado-membro para uma dita "comunidade de Estados", e que continuará a existir apesar das condições criadas pelo "matrimónio", qualquer que seja a sorte (ou azar) deste.
Na balanço, ou embalagem, tomado nos números, tabelas e gráficos a que recorri e elaborei, continuei por pistas ou veredas deixadas em aberto, e para aqui trago dois gráficos já elaborados depois de concluido e enviado o artigo.
Nas tabelas e respectivos gráficos, pode ver-se como, após uma década de alguma (e frágil) tendência de convergência real, esboçando-se o cumprimento, nos primeiros anos de 90, do princípio da coesão económica e social, depois de 1996 o que se tem verificado é o total abandono desse princípio, apagado do léxico com a adopção do euro de forma absolutamente desastrosa para os países de economia mais frágil (como foi previsto e prevenido), e a evolução comparada das taxas de crescimento económico anual revela que ainda se mantém uma escassa convergência até 2000, para depois ser clara a tendência de desconvergência, com uma uma única excepção no ano de 2008 em que o crescimento negativo (!!!) da U.E. 27 foi ainda maior que o crescimento negativo (!!!) de Portugal, alargando o fosso que nos separa, em termos de nível de vida, da chamada Europa.
taxas de crescimento anual
crescimentos económicos (quando o foram...) "paralelos"
(em desconvergência real)
Os números são do Eurostat, e o que nos espera (se ficarmos à espera...) não será nada melhor.
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