quinta-feira, julho 14, 2011

Sempre a aprender! As guerras… civis?

Acabara de escrever e de enviar o meu texto para o Caderno Vermelho. Satisfeito pela tarefa cumprida e relativamente satisfeito pelo texto que escrevera, sobretudo pelo “achado” formal em duas frases de menos de 200 caracteres no meio de mais de 11 mil.
Logo pego em O Militante, trazido pelo carteiro (aqui na aldeia, guardadas as devidas proporções, ele é o “meu carteiro” como houve um que foi de Neruda…), e folheei-o antes de adormecer. O artigo de Domingos Abrantes, A Guerra de Espanha (1936-1939)-A agressão imperialista, trouxe-me informação e fez-me pensar. Como tudo o que leio…
Mas, neste caso e momento, relativamente ao artigo enviado ontem e em que faço duas referências a… guerras civis. Chamando assim à que se seguiu à revolução soviética, e que a revolução venceu, e à que arrasou Espanha e a República, e que a contra-revolução, o fascismo, ganhou, e de que encontrei o artigo em O Militante.
Deveria ter chamado "guerras civis" aos dois episódios tão importantes na nossa História?
Guerra civil, por consenso, significa uma guerra interna, dentro de um espaço nacional e entre nacionais. Foi o que aconteceu na Rússia em revolução? Sim e não. A guerra foi, sobretudo, entre nacionais e no espaço nacional, mas este espaço nacional estava cercado, e um dos lados da guerra dos nacionais foi apoiado, ajudado, municiado, do exterior, transformando a guerra civil em guerra internacional na luta de classes, ultrapassando as fronteiras.
Também em Espanha. E mais em Espanha, porque, aqui ao lado, foi mais visível, mais descarada ainda a intervenção exterior na luta que entre espanhóis se travava. Intervenção criminosa do que Domingos Abrantes chama a “vasta e poderosa santa-aliança composta pela tríade nazi-fascista (Alemanha, Itália e Portugal) e pela tríade democrático-liberal (Inglaterra, França e Estados Unidos e seus respectivos satélites), acolitados pelo Vaticano”, que o apoio à República dado pela União Soviética, com enormes dificuldades e tão longe, e a solidariedade dos comunistas e anti-fascistas do mundo não tiveram força bastante para vencer, tendo sido derrotado o Povo Espanhol, apesar da sua heroicidade.

Tenho vontade de corrigir o que já enviei, mas seria ter de refazer o texto, e explicitar a não utilização das expressões consensuais... e lá se iam os 11 mil caracteress. Fica assim, porque nunca faltarão oportunidades (como esta) de melhor precisar – dar mais rigor – o que quero dizer quando escrevo o que escrito foi.


Já agora, e muito a propósito,
como vamos de guerra civil na Líbia?

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