sexta-feira, julho 01, 2011

O programa do governo - 5 (o desenvolvimento regional)

Retive a ausência de qualquer referência que tivesse a ver com desenvolvimento regional no programa do governo. Também no debate sobre ele, embora não tenha assistido a grande parte desse dito debate mas o facto é que na "primeira ronda" o desenvolvimento esteve totalmente ausente.
No âmbito dessa "matéria" se incluirá o apagar dos governos civis. Assim. Abrindo um vazio num espaço que estava mal preenchido e que exigia substituição.
É que o ordenamento do território se pode assemelhar a uma escada com degraus e patamares e, se havia um, entre o poder local e o poder central, que estava mal preenchido, o retirar-se pura e simplesmente essa passagem intermédia cria um evidente vazio que dificultará o que era o deficiente trânsito e atamancada estrutura.
Por outro lado, tudo leva a prever que o poder central está com intenções de levar à prática um forte ataque ao poder local, no que ele é de descentralização e de efectiva proximidade às populações, com todas as suas virtudes e, muito mais, virtualidades, para além do defeitos e vícios (corrigíveis, democraticamente).
A ver vamos.
(e a lutar estamos...) 

Quer lembrar-se que a economia se faz no espaço, pés na terra e mãos na obra. Num espaço não orbital, não internético, não blogosférico, não de "redes pessoais" (de "amigos", banalizando vocábulo muito exigente), não de capital-dinheiro fictício, artificial, moeda falsa porque sem base material.

Não há desenvolvimento que não seja regional!

3 comentários:

samuel disse...

Gostei muito da imagem dos degraus. Já poderei explicar bem melhor para que, por enquanto, iam servindo os quase inúteis Governos Civis...

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Totalmente de acordo. O poder local, considero-o uma grande conquista de ABRIL, e continuo a achar indispensável a regionalização.
A imagem dos degraus relativamente aos governos civis, tal como o Samuel, também a acho muito boa e elucidativa. Afinal o que se pretende é que Portugal seja uma quinta com o seu dono e acólitos, lá na capital sentados no cadeirão do poder, a debitar ordens para os seus escravos.
Até onde nos querem levar? E isto ainda é o começo.

Um beijo.

GR disse...

Exactamente o que penso, porém nunca soube explicar.
A tua definição está claríssima. Vou enviá-la para um ex - G.C.

BJ
GR