Extractos de uma espécie de "diário", em que me olho e procuro reconhecer, ou treino outras facécias, ou de que faço rampa de lançamento:
10.07.2011
E cá estou no domingo… com o açúcar e o afecto do Chico Buarque e da Nara Leão. E não só!
10.07.2011
E cá estou no domingo… com o açúcar e o afecto do Chico Buarque e da Nara Leão. E não só!
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Com a crise de 1929 “à perna”.
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Porque tenho de cumprir o compromisso com os camaradas do “Caderno Vermelho”.
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Como arrancar?
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Já tentei um “guião”, mas não me saiu logo… engulhou.
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E lembrei-me de um episódio curioso da minha vida
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(há momentos em que me saltam episódios curiosos da minha vida como pirilampos na estrada para a Terra Fria…).
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Em 1969, entre outros trabalhos (sempre estive – e estou - metido em “trabalhos”), tinha a responsabilidade do suplemento de economia do Diário de Lisboa, e tive a ideia (ora aqui está uma coisa que nunca me faltou, embora com intermitência pirilampa, claro, e maior ainda na sua concretização…) de dedicar um escrito à crise de 1929, ou seja, de há (então!) 40 anos.
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Com a ideia complementar de dedicar espaço ao confronto entre o modo como a crise chegara a Portugal, em 1929, e a informação de que, então dispunhamos.
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E terei feito um artigo a comentar o resultado da minha busca.
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Não encontrei o artigo (mistérios…) mas refiz a procura.
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Pois o Diário de Lisboa, nem a 24 de Outubro de 1929, o dia da histórica “quinta-feira negra”, nem a 25, dedicava uma linha que fosse ao que se estava a passar nos Estados Unidos.
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Isto dava para uma mais funda investigação, mas, para este momento (nem sei se haverá outros, até porque este já é o “meu” segundo…), quero sublinhar que o DL, na secção estrangeiro, numa coluna da direita da página 11 da sua edição de 26 de Outubro, conseguia-se encontrar uma notícia sobre "a crise financeira americana", entre a chegada do barco Nyassa e qualquer coisa de não sei que príncipe Humberto (mas posso saber…)
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Então, em 1969, fiquei impressionado. Como tinha sido possível que a notícia de tal acontecimento, com tamanha importância, tivesse vindo “a pé” ou “de barco” (no tal Nyassa, se calhar…)?
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Como podia compreender, em 1969, eu, que usufruia de informação com telex, telegrafia e televisão a juntar à já obsoleta (mas sempre tão útil e insubstituível) rádio, que aqui tivesse chegado desse modo, e com esse remanso, a notícia de tal acontecimento, ocorrido em 1929, dir-se-ia nas vésperas…?
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Essas vésperas pareciam-me, assim, pré-históricas, apesar de tão pouco tempo passado e de ainda estarmos a sofrer as consequências desse sobressalto no processo histórico.
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Se tal episódio me fez ganhar nova perspectiva para a dimensão histórica, coloco-me, hoje, 42 anos depois – à mesma distância de 4 décadas… para mim, que passei a medir o tempo em décadas –, e faço o exercício idêntico em relação a outros factos e momentos deste intervalo, além de compreender muito bem (ou julgar o compreender) o que hoje sente um jovem, ou um homem maduro como era em 1969, ao encarar o que aconteceu há, agora, mais de 8 décadas.
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Nestes dias em que se dispõe de computadores, como este em que bato nas teclas, de televisão a cores e power boxes (e outros powers), de telemóveis, de "excels", de "iphones", de redes "sociais", de coisas de que nem sei o nome quanto mais o uso.
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Bom... daqui há-de sair qualquer coisa. Quando?
4 comentários:
Não te preocupes nem te pressiones... as boas ideias são como os semáforos daqui da terrinha a partir da meia-noite: "impertinentes". :-))) Como os pirilampos...
Abraço.
Na verdade não estou preocupada quanto à tua “inspiração”, neste momento não saiu nada? daqui a nada, começas a fazer um texto que nos delicia, que nos vai dar mais saber e motivos para muitos debates. Os pirilampos vão dar luz suficiente para engrandecer o nosso Caderno Vermelho.
Quanto ao Humberto – o príncipe fez uma visita a Bruxelas em 1929 com a esposa M. José
O Niassa - 1929, inauguração do primeiro navio a fazer transportes bélicos.
Gastos em passeios/material bélico/crise/EUA – ontem como hoje está tudo ligado.
Bjs,
GR
Samuel - Boa! essa dos pirilampos-semáforos. Mais uma... boa ideia.
E viva a impertinância, Tenho um texto sobre os estados de felicidade intermitente, agora essa tua ideia de impertinente é muito boa.
Abraços
GR - Boa investigação! Onde é que foste? Espera aí que adivinho... à Fundação Mário Soares! Isto anda mesmo tudo ligado.
Obrigado.
Beijos
Boa reflexão - e há-de sair algo escorreito, a tempo e horas, como sempre!
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