segunda-feira, janeiro 16, 2012

O essencial e a falta do essencial

Este vídeo informa e faz pensar. Informa, em 300 segundos. Conta-nos coisas essenciais da nossa história de humanos. É o ser humano perante as coisas. Usando-as, transformando-as, esquecendo-se de que faz parte delas. Das coisas.
Faz-nos pensar. Confronta-nos com a irracionalidade dos seres racionais. 
Mas... não nos conta tudo. E não por falta de tempo!
Porque não há a mínima referência à relação dos seres humanos entre si, às relações sociais? E porque nada diz da divisão do e da cooperação no trabalho? Das classes sociais? Da luta de classes que é a história desde que há classes?


Este vídeo é útil. Porque é pedagógico.
É perigoso. Porque, dizendo coisas essenciais, cala coisas essenciais.
É útil porque alerta, para a mudança que é urgente e vital.
Mas... mudança vinda de onde, feita por quem, contra quem (ou contra que interesses de quem)? Porque obra e graça de que espírito santo?
Conheçamos o mundo pelo conhecimento da relação do ser humano com as coisas. Reflictamos sobre essa relação! Filosofemos, até, porque alguns de nós têm tempo para pensar o mundo. 
Mas, para o transformar, temos de intervir na relação dos seres humanos com os seres humanos, temos de mudar as relações sociais.
Se temos de acabar com a exploração irracional da natureza de que somos parte, só o conseguiremos acabando (e vem o "grande final" que nos querem impedir de traduzir nestas palavras, até por auto-contenção sentindo-as desusadas:) com a "exploração do homem pelo homem", a partir da luta dos seres humanos explorados! 

4 comentários:

Mário disse...

Lutar sempre!

Um abraço

Justine disse...

Puseste o dedo mesmo no meio da ferida!

Graciete Rietsch disse...

Gostei do video, mas concordei com todas as tuas críticas.
O homem dito racional pôs os seus interesses ao serviço do lucro utilizando outros seres racionais, escravizando-os,no sentido de aumentar sempre,sempre esse lucro, sempre também com o maior desprezo pela Natureza. Utilizou abusivamente o progresso científico para conseguir os seus fins,criando o desemprego, a fome , a miséria, a morte, a guerra. É preciso realmente mudar,mas com a luta do explorado contra o explorador, luta tão poderosa que se os "escravos" não tivessem dado a sua vida na
abertura dos poços de petróleo,
esta civilização dos combustíveis fósseis nem sequer teria existido.
Se os trabalhadores parassem, o mundo parava.
O Homem,ser racional por excelência,mas cuja racionalidade é tão mal utilizada pelos que dominam o mundo, é realmente o maior Capital.

Um beijo.

samuel disse...

É como o revelho discurso da "Igreja": contra a pobreza, mas nunca contra as suas causas e responsáveis.

Abraço.