Dez anos de barbárie
Uma década depois de ter sido inaugurado, Guantanamo permanece um exemplo da barbárie que o imperialismo norte-americano impõe ao mundo.
A 11 de Janeiro de 2002, quando os primeiros 20 suspeitos de terrorismo chegaram à Base Naval que Washington mantêm ilegalmente na ilha de Cuba, os norte-americanos mostravam ao mundo homens agrilhoados de pés e mãos, encapuzados e vestidos de laranja, como é habitual nos condenados à morte nos EUA.
De então para cá, passaram por Guantanamo quase 800 indivíduos, alguns dos quais menores de idade. Os testemunhos de ex-reclusos e as denúncias de organizações de defesa dos direitos humanos provam que as torturas e os abusos têm sido a norma. Os crimes continuam impunes e a reparação das vidas destruídas é impossível.
Um dos primeiros actos de Barack Obama como presidente dos EUA, a 22 de Janeiro de 2009, foi assinar a ordem de encerramento do campo de concentração. «No prazo de um ano», afirmou.
Três anos passados, não só não o cumpriu, como, recentemente, promulgou uma lei que proíbe o encerramento daquele cárcere; a transferência dos prisioneiros para outros em território dos EUA, e autoriza os militares a deterem por tempo indeterminado supostos terroristas estrangeiros. A «guerra ao terrorismo» prossegue.
Em Guantanamo encontram-se actualmente 171 homens. Destes, 89 foram absolvidos das suspeitas que sobre eles pendiam, 48 não podem ser julgados por falta de provas e apenas seis (!) foram condenados.
Para assinalar a data, a Amnistia Internacional (AI) divulgou um relatório no qual sublinha que a raiz do problema não está em Guantanamo – ou Bragam, no Afeganistão, base que detinha 600 afegãos quando Obama tomou posse e agora aprisiona cerca de três mil, estando em curso obras de ampliação para que chegue a uma capacidade de cinco mil reclusos.
A raiz do problema, disse a AI, «reside na histórica dificuldade dos EUA em aplicarem os padrões internacionais de direitos humanos que exigem aos outros»
(avante!)
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Por memória:
no Jornal de Notícias de 23 de Janeiro de 2009
«Obama fecha Guantánamo
e centros de detenção da CIA
e centros de detenção da CIA
Presidente dos EUA cumpre promessas
e aposta no diálogo directo com os países inimigos
Publicado em 2009-01-23
JORGE PINTO, COM AGÊNCIAS
Bastaram apenas dois dias e um pacote de decisões para Barack Obama mudar a imagem dos EUA no exterior. O Mundo agradece o fecho da prisão de Guantánamo, o fim dos centros de detenção da CIA e a suspensão de interrogatórios violentos.
Rápido a cumprir as promessas, o presidente dos Estados Unidos da América ordenou, ontem, o fecho da prisão militar de Guantánamo dentro de um ano e exigiu também a suspensão de interrogatórios violentos a suspeitos de terrorismo, numa tentativa de restaurar a imagem do país no exterior(...)»
Vai daí...
recebeu o Nobel da Paz
2 comentários:
Promessas de 2009 que continuam por cumprir.
E o diálogo com os países inimigos faz-se através da guerra e da morte.
Belo Prémio Nobel da Guerra saiu este homem.
Um beijo.
Obama apresenta o filme "Os Direitos humanos Nazis".
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