Neste domingo de sol que aquece por dentro, espero o que se espera da vida, tenho notícias do outro lado da vida, fico triste, arrumo-me e desarrumo-me...
Em que é diferente este dia dos outros dias? É domingo!, com a "carga" que nos vem do tempo em que os domingos eram o dia de fazer as coisas mais belas que um homem pode fazer da vida. À Manel da Fonseca.
Ser domingo, para além do dia de descanso do Senhor de alguns (muitos), era o dia em que não se vendiam horas da força de trabalho, em que todas as horas eram nossas, nossas para as usarmos nos trabalhos e quefazerem que quiséssemos.
Depois, com a luta, juntámos-lhe o sábado, com os feriados e as férias. Porque era (e é!) possível que assim fosse (que assim seja) por todo o trabalho feito e cristalizado por aqueles de antes de nós. Pelas suas lutas.
E é isso que nos querem roubar! O termos tempo de vida nossa. O tempo de vida (a vida!) que devemos aos que viveram os séculos e milénios que atrás de nós estão e de somos feitos. Não vamos deixar! Vamos dizê-lo, alto e bom som, no Terreiro do Paço, a 11 de Fevereiro.
Comecei a escrever para dizer outras coisas. Sairam estas. Fiquem e sirvam(-se).
7 comentários:
Não é raro as palavras que definem os conceitos serem enganadoras. É o caso de liberalismo que a maioria das pessoas confunde com liberdade e igualdade quando o termo em causa encerra um conceito que está bem longe de ser sinónimo de liberdade e, sobretudo, de igualdade e democracia – o liberalismo mais não pretende do que o poder económico e os privilégios que antes pertenciam à nobreza e à igreja, para uma nova classe – a burguesia – que reclama ainda a possibilidade de negociar num mercado sem regras sociais nem a intervenção reguladora do Estado.
Trata-se, de um modelo económico e social que nos remete para os tempos em que os jornaleiros eram contratados em dia de feira e aí eram pagos à jorna, sem mais direitos e regalias sociais. Valia-lhes então as normas impostas pela Igreja que mandava suspender o trabalho às avé-marias e observar o descanso ao domingo – Die Domini – em respeito ao Senhor, para se participar na eucaristia dominical e a família ter uma ocasião para se reunir e fortalecer os seus laços espirituais e afetivos.
O liberalismo repudia a democracia e o sufrágio universal, preconizando que apenas os mais capazes – financeiramente, bem entendido! – encontram-se em condições de decidir porque alegadamente são mais inteligentes…
O liberalismo condena a função social do Estado rejeitando a sua função reguladora, não se preocupando com a proteção aos cidadãos mais vulneráveis e menos capazes porque não tem coração e apenas vê o lucro.
O liberalismo é imoral porque não tem em mente o ser humano e a satisfação das suas necessidades elementares. A sua avidez não conhece regras nem normas de conduta moral. O mercado livre que o liberalismo preconiza pressupõe a aquisição de mão-de-obra por tempo indeterminado, sem regulação de preços, horário, natureza de trabalho e outros requisitos, sem direitos a comparticipações sociais e limites de contratação nomeadamente de idade, tudo isto porque em seu entender o Estado não deve intervir nem regular e, caso seja possível, deverá desaparecer! Salvo nos casos de falência das suas empresas e instituições financeiras…
- O liberalismo é antissocial, desumano e anti-cristão!
Vejo alguma ponta de 'desalento' nas tuas palavras. E oiço notícias deste país que é o nosso. E alguma ponta de 'preocupação' aumenta...
Bom domingo para ti!
Beijos.
Tens tempo de dizer as "outras coisas".
Estas foram muito importantes.
Abraço
E saíram muito bem. Um aparente desalento não é mais que o respirar fundo para continuar a caminhada.
Saíram as que tinham que sair... como um compasso de espera para retomar o fôlego...
Abraço.
De vez em quando,perguntamo-nos:
"Afinal para que serviu Lenine?E o sangue?Para que serviu o sangue?se os homens ainda vivem em casas com janelas pintadas para imaginar a luz?"José Gomes Ferreira,neste belíssimo poema,exorta à mobilizaçao até dos mortos para construir a verdadeira revoluçao.
Vamos ser muitos no Terreiro,dia 11,e vamos ficar mais fortes.
Ontem foi domingo. E eu com alguns compromissos com os meus filhos e também um pouco de cansaço mem li este belo texto.E é por esses domingos,esses sábados, esses dias de descanso e convívio, bem justificados pelos "dias de trabalho a que tínhamos direito"que estaremos no dia 11, no Terreiro do Paço, reclamando os nossos direitos(o trabalho também é um direito), o nosso lazer, a nossa dignidade.
Um beijo.
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