segunda-feira, janeiro 23, 2012

Marx, sempre... e em Maio - 1

É a altura. É a altura de começar a pensar neste "congresso", Marx em Maio, que se vai realizar... em Maio. Não que não me tenha já feito pensar... mas é tempo de passar "aos actos", de cumprir prazos.
"O «Congresso Internacional Marx em Maio - perspectivas para o século XXI» realiza-se nos dias 3, 4 e 5 de Maio de 2012 (quinta-feira, sexta-feira e sábado). Os trabalhos decorrerão no Anfiteatro I da Faculdade de Letras de Lisboa.
(...) o congresso é composto por várias secções: filosofia, sociologia, história, psicologia, política, economia, movimento sindical, estética, ciência e actualidade. O traço que une esta multiplicidade de áreas de trabalho é a referência ao pensamento de Marx e às novas perspectivas que abriu e que continua a abrir."

A iniciativa é de um Grupo de Estudos Marxistas (GEM), e nele estamos (ou fomos...) inscritos.
Do que se for passando, ir-se-á dando conta por aqui.

Para já, fez-nos ir buscar a uma estante - gesto tão repetido... - um livro, de que um outro GEM é autor.
A edição é de 1982 (Editorial Estampa), traduzindo para português (por Maria José Dias Rodrigues) um original belga, de edições Du Monde Entier, de 1979, da autoria de um grupo com a sigla GEM.
De um outro (que outro?) GEM.
No prefácio que subscrevi na edição portuguesa, que ajudei a promover com o apoio de Jacques Nagels, motor dessoutro GEM (Grupo de Economia Marxista), respondia-se ao incluir a tradução da contracapa da edição original:
«O GEM?
Um grupo de economistas preocupados
com as realidades sociais,
partilhando as mesmas preocupações
face à evolução da crise 
e a mesma inquietação
perante as escolhas dos nossos governantes.
Um grupo criado há 4 anos
à volta de algumas ideias-piloto relativas a:
- função do economista;
- crítica da economia política académica;
- natureza da economia política marxista;
- elaboração de uma opção democrática
para a economia belga

Será fácil compreender-se como este "grupo" nos atraíu, e como nos empenhámos na edição do livro, e da sua saída, que se conseguiu concretizar em 1982, quando "a Europa connosco" era uma palavra de ordem contra-revolucionária, contra o caminho da democracia avançada, numa luta em que era preciso mobilizar tudo o que ajudasse à tomada de consciência do que estava em causa. Com razões que, passados 30 anos, se comprovam. 
A vida não se repete mas, no curto espaço de tempo de 30 anos, repetem-se as siglas e as razões de  uma luta contra o "projecto para a Europa", contra uma "Europa" que nos queria (e conseguiu...) "mata-borrar", ao serviço do capitalismo financeiro-especulativo, então na "infância da arte".

Voltar-se-á, evidentemente.



3 comentários:

cristal disse...

Posso inscrever-me para alguma coisa?

cristal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Gomes disse...

Porque será que, constituindo a classe operária o produto direto da sociedade capitalista e partindo do pressuposto de que a revolução socialista se originará após o capitalismo esgotar todas as suas energias, todos as tentativas de construção de uma sociedade socialista se realizaram em sociedades industrialmente atrasadas e predominantemente ruralizadas como foi a Rússia e a China? E, ao invés, as sociedades capitalistas mais avançadas - antes o Reino Unido e a Alemanha e atualmente os EUA - fizeram desaparecer o operariado em consequência do emprego das novas tecnologias?
Por outro lado, consistindo a mão-de-obra uma mercadoria que o operário pode negociar no mercado, não constituirá tal uma contradição com o prognóstico de Karl Marx segundo o qual a classe operária nada tem a perder a não ser as suas próprias cadeias?
E, por falar de classe operária, onde está ela?
Estas são, a meu ver, algumas questões interessantes a refletir na análise acerca da atualidade do marxismo, até porque possuem consequências em termos de doutrina e ação.
Aprecio um bom debate, com respeito. E, curiosamente, alguém já sugeriu no blogue AUREN que sou marxista... e eu que nem sei o que sou!