sexta-feira, janeiro 27, 2012

Reflexões lentas - e apropósito...

De reflexões que levam a "textos em carteira", alguns são para posterior aproveitamento público, de partilha. Há um desses textos, longo, que espera fecho e oportunidade, que tem uma introdução com um título "De imensuráveis contributos, por serem enormes, e de contributos imensuráveis, por serem minúsculos – todos únicos e insubstituíveis", de que me salta um trecho a pedir antecipada publicação (porque terá sido?...):

«(...)
Nenhum ser humano nasce comunista. Não vem no código genético.

O ser comunista pode entranhar-se no ser humano. Porque as circunstâncias o tenham provocado e os genes acolhido.
Assim pode acontecer num processo, em que o salto qualitativo pode ser um facto, um encontro, uma conversa, uma leitura. E esse salto qualitativo pode ser também a entrada para um partido com uma prática, uma base teórica, um programa, embora a coincidência não seja automática ou inevitável.
Não há uma via única nesse processo, embora haja uma que é natural, que é feita de exploração, de carne viva, sangue, sofrimento.
Mas se é certo que existe uma dinâmica social imparável, que a sucessão dos modos de produção conduziu ao aparecimento de burgueses e de proletários, pode o conhecimento e a compreensão dessa dinâmica e do aparecimento dessas classes, constituir uma outra via de se chegar a comunista, "tomando partido".
Nenhuma das duas vias é mecânica, nenhuma é fácil. (...)»

4 comentários:

Ricardo O. disse...

Ambas apresentam-se como necessárias, conforma o contexto, o momento e o espaço. Nenhuma se apresentará como suficiente, por isso não podemos admitir acusações ou tentativas de simplificações deterministas cujo objectivo é afastar do processo de consciencialização massas de trabalhadores constantemente afectados pelas agruras da exploração.
Uma vez mais estamos perante a importância das condições subjectivas compreenderem as objectivas.

Ana disse...

Como nos diz/lembra o Ary:
"(...)
Tomar partido é ter inteligência
é sabermos em alma e consciência
que o partido que temos é melhor!"

Graciete Rietsch disse...

Não, nâo é fácil ser comunista, porque a via da difamação é tão activa que pode abafar o discernimento.
Mas a situação angustiante que se vive no Mundo e particularmente em Portugal,contribuirá para que ,a pouco e pouco, as pessoas se vão libertando de preconceitos e encontrando o caminho da resistência e da verdadeira luta.

Um beijo.

Mário Pinto disse...

Camarada Sérgio,

Justamente nesse contexto trabalho de forma continuada ainda com a frequência de um passatempo há alguns anos. Estou quase em condições de afirmar que nascemos comunistas, porém, para justificar esta afirmação, teria que explicar o que é para mim o comunismo e o Homem, coisa que aqui não tem lugar.

Abraço