(do Fernando Campos,
no excelente sitiodosdesenhos
Obrigado!)
Soares dos Santos - o "Jerónimo Martins" - tem andado nas bocas do mundo. E há vozes exaltadas clamando por moral e ética. Ora o que fez o meu vizinho (tem uma quintarola aqui perto do meu quintalito) não é condenável pela sua moral, e esta é a dominante, também para os que lhe atiram pedras ao telhado. Não que eu receie que alguma dessas pedras caia em cima do meu telhado porque este é feito de outra telha*.
no excelente sitiodosdesenhos
Obrigado!)
Soares dos Santos - o "Jerónimo Martins" - tem andado nas bocas do mundo. E há vozes exaltadas clamando por moral e ética. Ora o que fez o meu vizinho (tem uma quintarola aqui perto do meu quintalito) não é condenável pela sua moral, e esta é a dominante, também para os que lhe atiram pedras ao telhado. Não que eu receie que alguma dessas pedras caia em cima do meu telhado porque este é feito de outra telha*.
A questão não é nova. Já em 1844, em alguns dos seus manuscritos, Marx (com 26 anos) pegou no tema da moral da/na Economia Política.
Se a pergunta é se, ao proceder como ele (o seu grupo) fez, e tantos outros têm feito, se está a agir contra as leis da Economia Política, a resposta é que não, senhor!, embora haja quem acrescente (como Marx dizia, cheio de ironia) que melhor será consultar a “prima” Moral e a “prima” Religião, embora de antemão se saiba que elas dirão que nada têm a ver com a Economia, e se mostrem disponíveis para praticar a caridadezinha. Talvez a “tia-madrinha” Política se devesse meter nisso, mas ela está, como se sabe, muito fragilizada, dependente da poderosa “mana” Finança, espécie de gémea prepoente da Economia, e tem de ser a "raia miúda" a espertar e a pôr tento e senso nisto tudo.
No entanto, há que esclarecer que a dita Economia (aquela) tem uma moral. A sua! Que é a do ganho e acumulação, do trabalho e poupança, da sobriedade e austeridade. Como "valores" ou palavras-força
E Marx escrevia que a “economia política da moral é a riqueza em boa consciência, em virtude, etc., etc., … mas como posso eu ser virtuoso se não existo, como posso ter uma boa consciência se nada sei? (… se se concede ao) trabalhador apenas o que ele precisa para que possa viver e ele só pode desejar viver para ter isso com que possa viver”.
(é um texto excelente e actual!... digo eu).
_______
* - na minha cabeça, canta o "infernal" Léo Ferré
Je suis d'un autre pays que le vôtre, d'une autre quartier, d'une autre solitude.
(...)
E de mais moral se escreverá em próximo “post”.
Amanhã, por esta hora.
4 comentários:
De facto a moral do capiralismo em todas as suas vertentes é acumular.acumular, acumular, à custa da exploração de uma maioria "imoral" que às vezes se atreve a desejar um pouquinho mais de conforto para além da sua exiguidade.
Um beijo.
Só por me teres deixado a lembrar essa "enormidade" do Leo Ferré... já teria valido a visita. :-)
Abraço.
Moi aussi...
Tive a paciência de o ouvir na sic-n, esta noite, numa longa entrevista, em que tentou defender o que não é defensável. Ainda por cima com cara de anjinho...
Beijo.
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