(...)
… e se há
morte e mortos para além dos pandemortos que a estatística nos informa “ao minuto”, (de todo o mundo menos do
Terceiro, exceptuando a Índia porque os indianos são aos milhões), também há
vida e doenças de vivos para além da vida em pandemia, dos infectados, podendo
estes dividir-se em já detectados e não (ou ainda não, ou em vias de serem)
detectados, os picos a adiantar ou a atrasar, as estatísticas
informativo-manipuladas-manipuladoras.
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(...)… e
começo por escrever duas ou três coisitas sobre o assunto e suas estatísticas.
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Contrariando, ou
esclarecendo, dúvidas que me assaltaram (...) o post que postei a 31 de Março (esperando acontece?!) estava
muito bem apostado.
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Repito o final:
Assim
sendo, face ao que acompanho,
ou i) as projecções eram
catastróficas,
ou ii) os números anunciados estão
longe da realidade,
ou iii) as
medidas tomadas foram muito eficientes no objectivo de atacar a pandemia e está
a “achatar-se” a curva dos infectados como pretendido.
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Pois parece comprovar-se
(e esconder-se numa verborreia mais de números que palavras) que na alternativa
do meio é que estava a virtude, embora também seja certo que podia considerar a
terceira alternativa como certa, desde que a ajustasse dizendo que o objectivo
é, prioritariamente, o de “achatar” a curva dos infectados e menos, ainda…, o objectivo
de atacar a pandemia.
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Até pela falta –
objectiva em relação ao objectivo – de meios para a atacar… que estarão a chegar de
avião (que é para isso que os aviões estão a servir).
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Daí resulta este
espectáculo ou exibicionismo em que se transformou a vida cidadã dita política, com o artista Marcelo em grande vedeta, cabeça de todos os cartazes.
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Aliás… quando não o está,
ou parece que se apagou um pouco, logo dá umas actualizadas braçadas no Tejo
poluído (em sentido figurado, claro) ou recupera truques de comentador
televisivo.
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E, antes de passar à
vida (e à morte) para além do Covid19, ainda deixo mais dois apontamentos de
despedida e sem auto-promessa de não recidiva.
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O primeiro sobre o pico ,que
não é o dos Açores:
julgava eu, na minha santa ingenuidade ou ingenuidade de
santo, qu o dito pico era o ponto mais alto da pandemia e que, depois dele,
era a descer com os números de infectados, internados, em cuidados intensivos,
a descerem e os de curados a subirem.
Pelo que, desejava eu, na
tal minha ingenuidade mais ignorante que santa, que ele se atingisse depressa,
e depressa se começasse a descer do pico, ou seja a voltar à normalidade…
embora em muito preocupantes novas condições.
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Ao ouvir Marcelo dar a
boa notícia de que estão a adiar o dito pico, comecei por não perceber, até
atingir o busílis, isto é, que o que se pretende é achatar a curva para que não
haja picos tão cedo.
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O que quer dizer que,
dada alguma (?) morosidade em fases preambulares, como testes e detecção dos
infectados, com tradução em números que compõem as curvas, há achatamentos destas e adiamento de picos, o que, do mal o menos…, mantém-se
a informação às massas com o “número” que vai sendo exibido em continuidade de
alarme mas sem pânico, e como alimento da confiança em futuras melhores notícias.
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Muito… fino, jogando com o negativo para dele
se tirarem pombas do chapéu.
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O segundo apontamento (e não quero que seja
mais do que isso) é sobre infectados detectados ou recenseados ou anunciados e uma
panóplia de números que substituem a realidade de que deveriam ser,
modestamente, a representação.
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Cada vez que se anunciam
os números dos infectados e se acrescenta, como auxiliar de informação, a
evolução em percentagens… arrepio-me.
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Porque essa percentagem,
se referida a números anteriores de acréscimos é falsificada porque, e fico-me
por exemplos extremos: se os chamados infectados 0, isto é, do dia 1 (d1),
fossem 2 e se, no dia seguinte (d2), se detectassem mais 80, a percentagem de
aumento seria de 4000%, se referida ao ponto de partida (2), e de 97,6% se
referido ao total detectados (82); se, no dia a seguir (d3), se detectassem
mais 80, a percentagem de aumento referida ao número de detectados anteriores
seria também de 97,6% mas, se se referida aos detectados globais seria de 49,4%;
para terminar (uff!), se, no momento (dn-1) havia 1000 detectados, e se se
detectava igual número de 80 no momento (dn) as percentagens seriam, referida
ao ponto de partida (1000), de 8%, e referida ao total (1080) seria de 7,4%.
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Já chega!, mas fique a
“ponta” para a questão, tão importante em tantos casos e alturas, da
representatividade que os números podem emprestar ao conhecimento de situações
e evoluções, e como pode ser perversa a sua utilização, substituindo, distorcendo
ou invertendo a realidade.
1 comentário:
Os números,a estatística e o rigor muito bem comentados e explicados.Bjo
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