Quando me lancei, para esta semana de confinado (há o dia de finados e há as semanas, os meses, os ... de confinados!), num folhetim dos descarrila-mentes e dis-la-tes, não pensei duas vezes. E faz sempre falta pensar uma segunda vez.
Ontem, ilustrei um dis-la-te, com o aproveitamento do assinalar do 25 de Abril na Assembleia da República, nas condições possíveis, para se tentar um descarrila-mente, porque era para mim evidente que tinha sido uma jogada com dois objectivos, ou alvos:
i) através de informação falaciosa chegar a uma parte substancial da população, já bem manipulada para estar contra os políticos, a política, os partidos, os deputados, o Estado, enfim, a democracia, muito mexendo o caldo de cultura em que a "nossa democracia", tal como tem sido praticada, tem dado argumentos para esse sentimento de aversão muito espalhado (e para o qual, quem meteu agora a colher a mexer o tacho com o tal caldo tem dado fortes contributos);
ii) para o primeiro objectivo contava-se com essoutro objectivo, não secundário mas inter-activo, de algum esperado apoio da Igreja Católica, em particular do clero rural, que poderia ver na iniciativa na AR motivo para protesto e queixa pelas dificuldades do culto nas actuais condições, e com o 13 de Maio a aproximar-se.
Na minha "leitura", o encontro do 1º ministro com o Cardeal Patriarca desarmou a armadilha e o dis-la-te foi mesmo dislate. Aleluia.
Bom... tem o apoio expresso de Cavaco Silva!, que para dislate está muito bem.
E dizia eu que me faltou pensar uma segunda vez na minha iniciativa. Pois dizia-o por, ao procurar temas para hoje, me sentir inundado.
Ele é a austeridade, ele é o Plano Marshall, ele são os 12 zeros, sei lá que mais. Não me chega nem o tempo nem o espaço. Farei o que puder, deixando já estes temas em carteira.
3 comentários:
Todos os anos desde 75,primeiro ano da Revolução de Abril,que a direita adquire uma espécie de "epidemia sarnosa"que a faz entrar numa roda viva.Como dizia a minha mâe:"quando não é pelo cu é pelas calças".Este ano caiu-lhe de mão beijada o vírus "anti-social"que nos impede fisicamente de estarmos juntos.Como noutros tempos,mais que três é um ajuntamento.Uma reacção bem previsível.Bjo
Agora, o que me vem à mente sempre que reflicto sobre o assunto, não é a anedota da formiguinha; é uma vaga reminiscência da famigerada maioria silenciosa...
Bem sei que não há coincidência de datas, mas há qualquer coisa que me parece muito semelhante, nas intenções.
Ah!... poi'zé! Eles andam mesmo por aí. Por agora, arruma-se o incidente que se procurou que fosse bem maior. Mas era tão aproveitamento, tão descarado. Mas, atenção... não desistirão!
No sábado, encontrar-nos-emos, Olinda e Maria João. Aqui! E à janela...
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