sexta-feira, outubro 16, 2009

Reflexões (...) - 7 - 6.a.ii

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro
3. O Poder aparente e o real Poder
4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real
5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local

..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS

7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder.



Quando “programei” estas reflexões, o ponto 6.a.ii. foi pensado para, curta e lentamente, fazer de “ponte” para a seguinte e última reflexão, esta talvez o motivo de que as outras seriam apenas intróito.
No entanto, sinto necessidade de começar por dizer que o exemplo de Ourém, com PS/Poder Central-PSD/Poder Local em promiscuidade Partido-Poder, também poderia ser ilustrado com caso, em que, estando o PCP no exercício do Poder Local, assim aconteceu, ser Poder e não estar no Poder, condicionado por outros poderes, ao serviço das populações e instrumento de outra luta.
Isto é, também tivemos casos – e temos, e teremos – em que se confunde Partido com Poder na autarquia, fazendo da gestão desta como que extensão do partido e não a instância em que o Partido, estando no Poder, não é o Poder.
Casos muito mais raros, e alguns que deixaram de ser “nossos” porque “nossos” deixaram de ser os seus intérpretes. Mas que houve!, e que estamos sempre em risco de voltar a ter se e onde não houver auto(e altero)-vigilância (revolucionária) bastante. Como em deputâncias e outras tarefas em que poder se julga ser. É que o exercício do Poder (ou a sua aparência) é erosivo.
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E estou no título tal como o programei, com URSS à espreita.
As últimas décadas da União Soviética foram anos que o Partido se confundiu com o Estado, ou seja, foi deixando de ser Partido para ser só Poder.
A mais bela revolução da História, o empolgante começo de um tempo novo, a resistência dir-se-ia impossível ao cerco e ao bloqueio, a vitória heróica na 2ª guerra mundial, que também foi – e sobretudo foi – episódio da luta de classes, tudo foi perdendo força quando se privilegiou uma competição entre Estados, e o Partido e o Estado se amalgamaram numa luta entre super-potências enquanto a ideologia insistia na coerência com o marxismo-leninismo, na luta de classes, negava a concepção de super-potências, mas o Poder-Partido a adoptava e o Partido-Poder a praticava, esquecido de ser classe, Povo, futuro.
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Reflexão atrevida, “arrumada” em meia dúzia de linhas? Decerto que sim. Mas que o seja. É tão-só uma pista. De reflexão.

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