sábado, fevereiro 12, 2011

Como se estivesse no Largo do Carmo!

Como se estivesse no Largo do Carmo. Onde não estive, porque noutro lugar estava. À espera que nos abrissem as portas pelo lado de fora.
Naquela praça do Cairo, estivemos muitos de nós. Como estivemos no Largo do Carmo. Gente que somos, massas que fazem a História.
Naquela praça do Cairo, resistindo a todas as pressões e violências, ignorando recolheres obrigatórios e repudiando aliciamentos e manobras demagógicas. Durante semanas. Mostrando disposição para serem meses se fosse preciso que fossem meses.
Pode gritar-se Vitória!? Pode dizer-se Ganhou-se!?
Não. Nunca tal se pode gritar ou dizer como verdades conquistadas. O imperialismo tceu e tece as suas malhas. A luta vai continuar. Diferente. Diria que mais difícil.
Mas o dia 11 de Fevereiro, e os dias que levaram ao dia 11 de Fevereiro no Egipto já fazem parte da História. Mostrando como as massas são/podem ser o motor da História. Apesar de tudo e de todos que tudo fazem e de tudo são capazes para o impedir, o atrasar, o sabotar. Antes e depois.
Do Egipto, lembro o tempo iniciático de há 60 anos, de Assuan, do canal do Suez, de Nasser (dos capitães de Abril, lá longe e 20 anos antes, como o disse um camarada!), dos "não-alinhados", da primeira vaga das independências do colonialismo.
Como é bom lembrar, nestes tempos de novas maneiras e outras formas de colonianismo, com as finanças a comandarem, das suas metrópoles de "mercados" e "agências de rating".
Ontem, no Egipto, escreveu-se uma indelével página na História da Humanidade. Uma pequena página de um capítulo ainda inicial deste livro da Humanidade que está no seu começo, na sua infância apesar dos milénios que já tem de vida.
Uma página? Melhor diria um parágrafo, ou umas linhas. Como o foi no Largo do Carmo. Que o foi!
Mas de que se que fazem os livros senão de linhas, páginas, capítulos, tomos?
Mas que são as massas senão gente como cada um de nós, quando e enquanto?
no "expresso" das 10.30 (aleluia!)

6 comentários:

trepadeira disse...

É preciso estar naquela praça,em todas as praças,sempre atento,voltar ao Carmo.
Um abraço,
mário

samuel disse...

Que o exemplo frutifique!

Abraço.

GR disse...

Lembrou-me o nosso 25 de Abril, cheio de alegria e futuro.

Bj,

GR

Fernando Samuel disse...

Apenas uma linha, talvez, ou nem isso - mas é assim que se começa qualquer escrito...

Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

Também eu me lembrei do 25 de Abril, quando vi a alegria do Povo Egípcio celebrando vitória!!!!
Até quando? Lá também os militares têm uma palavra a dizer!!
Espero que o dia 11 de Fevereiro continue a meter algum medo ao Imperialismo.

Um beijo.

Antuã disse...

A força do imperialismo é bruta, mas se o povo quiser...