terça-feira, fevereiro 08, 2011

Esperança de vida ao nascer

No mesmo dia em que, no começo da madrugada, a propósito do que estamos a viver no Egipto, escrevia neste "post" «(...) Há, sempre, que olhar para além das nossas apertadas fronteiras, para antes e depois dos nossos tão limitados anos de "esperança de vida ao nascer" (conceito estatístico!)», um artigo publicado no Público - Classes Sociais e Desigualdade na Saúde, um trabalho do sociólogo Ricardo Martins - colocava a questão da esperança de vida ao nascer em termos que ligava esse conceito (operacional) da estatística demográfica às classes sociais, possibilitando "leituras" que alguns blogs da área de pensamento em que me posiciono mais que fundamentadas. De acordo com o estudo, «a classe a que se pertence é que determina a maior ou menor longevidade das pessoas (pelo que) os operários morrem mais cedo»!
Retomando o trabalho sempre em curso, mesmo quando em períodos de repouso, relativo aos indicadores de desenvolvimento humano, do PNUD, acrescento uns dados e considerações com base no último relatório, até porque esse indicador é dos que fazem parte da panóplia que, complementando os indicadores económico-financeiros com indicadores de saúde e de educação sempre, pontualmente com outros, traz outras vertentes que não as económico-financeiras para a avaliação do desenvolvimento humano.
Divididos os países escrutinados em IDH muito elevado, elevado, médio, fraco e menos desenvolvidos, temos:
No mundo, a esperança média de vida ao nascer seria de 69,3 anos, os países com IDH muito elevado teriam uma esperança de vida ao nascer de 80,3 anos, os de IDH elevado teriam 72,6 anos, os de IDH médio teriam 69,3 anos, os de IDH fraco teriam 56,0 anos e os menos desenvolvidos de 57,7 anos, enquanto os seus valores de capitação de rendimento nacional bruto (RNB) seriam, para o mundo, de 10.631 dólares e, respectivamente, de 37.225 dólares, 12.286 dólares, 5.134 dólares, 1.490 dólares e 1393 dólares, para os diferentes estratos e regiões.
É impressionante e dá que pensar!

2 comentários:

Ricardo disse...

interessante é que apesar do estudo ser muito parcial, este confirma que nos casos estudados, perante o «mesmo» território, a longeivdade á nascença tem uma fronteira de classe. Muito interessante. Deviam procurar aprofundar este estudo, indo mesmo a outras dimensões além esperança média de via, como por exemplo a qualidade desse prolongamento, a relação entre a escolaridade e a origem social, etc.

Abraço!

Sérgio Ribeiro disse...

É evidente que sim.
É uma "ponta" que, vinda de fora, poderíaamos (ou deveríamos) desenvolver.
Um abraço