quarta-feira, fevereiro 02, 2011

O povo egípcio vive tempos de esperança! Que bom ver e senti-lo... de novo!

O Egipto sempre (escrever sempre é - sempre! - arriscado) foi uma peça determinante no puzzle da História. Tão jovem que sou (porque vivo estou...), lembro o episódio do canal de Suez, e a importância de Nasser, um dos três da Conferência dos Não-Alinhados, e como o imperialismo combateu e, temporariamente, derrotou o que foi uma ameaça. E tanto mais se pode lembrar. Em tempo histórico, há pouco, ainda ontem...



É um povo de 80 milhões num local nevrálgico, geográfica e culturalmente.

Enquanto se elaboram as mais engenhosas (e não hesito em escrever tenebrosas) manobras nas retaguardas, nos corredores & Cia., o povo vive um tempo de luta e de esperança.

A ver imagens, recordamos o que nunca deixará de estar vivo em nós: um povo desarmado que se encontra com um povo armado. Isto, o imperialismo não pode aceitar, e tudo fará para sabotar. Onde quer que seja. Mas não o conseguirá sempre...

Há um povo que vive dias duros e felizes porque de esperança. Com ele estamos!

6 comentários:

Carlos Gomes disse...

E será que estes movimentos vão mesmo rumar a sistemas de democracia representativa e de liberdades políticas ou acabarão, uma vez mais, controlados pelas formas que defendem uma "revolução islâmica"? No Irão também foi assim...

Anónimo disse...

O comentátio de Carlos Gomes é bem elucidativo do estado em que se encontra a consciência política da generalidade dos cidadãos, mesmo entre os militantes do PCP.
Nem sequer apreenderam os acontecimentos populares ocorridos na Revolução Francesa e nessa altura o povo francês não precisou, tão pouco, de estudar Maquiavel.

Sérgio Ribeiro disse...

Carlos Gomes - Há massas em movimento, saindo de uma aparente imposta letargia. Para mim, para a minha concepção de homem e sociedade, esse é o motor da História a caminho do futuro. Quais e como vão ser percorridos essa é outra (e decisiva) questão.
Gostei de o ver por aqui... e já reparou que veio logo um desses anónimos que estão vigiando que logo o incluiram entre... os militantes do PCP?

Carlos Gomes disse...

Pode o anónimo incluir-me onde quiser que não me faz diferença... sempre gostei de conversar com pessoas de diferentes opiniões, mesmo que de forma acalorada, desde que se respeitem mutuamente. As sociedades muçulmanas são muito diferentes das sociedades do tipo ocidental e já o escritor americano, John Reed, o constatou... recordo o seu livro "Dez dias que abalaram o mundo".
Quanto à Revolução Francesa, ela também deu no que deu... passado alguns anos, os franceses tinham um imperador que se coroava a si próprio, vitalício e hereditário e que impunha os seus próprios familiares como reis soberanos de outros países. O povo foi uma vez mais a besta de carga que levou ao poder uma nova classe. Tal e qual como sucedeu com a implantação da República em Portugal!

Graciete Rietsch disse...

Será que desta vez o Povo vai tomar nas suas mãos o seu próprio destino?
Há muitos abutres à espreita.

Um beijo.

Carlos Gomes disse...

Revolução francesa... Maquiavel?! Podríamos falar de Rosseau ou mesmo Voltaire! E, já agora, porque não falarmos no Terramoto que em 1755 destruiu Lisboa (e Ourém) e em que medida inspirou Voltaire na sua obra "O Cândido". Mais ainda, a influência da reconstrução pombalina na remodelação urbana de Paris (e Viena) após a Revolução?
Portugal está intimamente ligado a grandes acontecimentos da História Contemporânea... como a relação entre o 5 de Outubro de 1910 em portugal e a revolução de Outubro na Rússia, a capitulação russa na primeira guerra mundial e o massacre dos portugueses na Flandres, a resistência russa na segunda guerra mundial e a "operação Félix" por parte dos nazis. Saberá o "anónimo" admirador de Maquiavel qual era a origem do vinho que foi encontrado nas caves do Palácio de Inverno de Petrogrado aquando da revolução russa?
Já agora, aproveito para lembrar que a Tunísia também é conhecida por "malouf" que era um género musical que foi cultivado em Portugal até ao século XVIII. Creio que, à altura da revolução francesa, Maquiavel ainda não tinha falado no assunto...