domingo, fevereiro 20, 2011

Austeridade de forma "convincente"?!

No momento deste processo verdadeiramente escabroso, em que o sempre obediente governo português, pelo seu ministro das finanças, levantou a voz(inha) em desespero de causa por causa das demoras e zigue-zagues da "ajuda europeia" e dos juros bem acima dos 7%, e ensaiou um sumido protesto/pedido, este domingo de manhã vêm-nos com esta:
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Banco Central Europeu
Trichet pede a Portugal
para aplicar austeridade de forma "convincente"
Económico com Lusa
20/02/11 08:05


O presidente do BCE tem "mensagem muito forte para Portugal" sobre necessidade de ser "muito convincente" na aplicação das medidas de austeridade.
"Apelamos a todos os Governos europeus, sem excepção" para "aplicarem o plano [de austeridade] que têm tão rigorosamente e tão convincentemente" quanto possível, afirmou Jean-Claude Trichet, no final da reunião do G20, que decorreu nos últimos dois dias em Paris.
"Temos uma mensagem muito forte para Portugal, assim como para os outros", disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE), acrescentando que "cabe aos países serem convincentes" face à desconfiança dos mercados internacionais relativamente à capacidade de alguns países da zona euro cumprirem os seus compromissos financeiros.
Para além do banqueiro central europeu, também o presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss Khan pressionou os governos europeus, considerando essencial que os países da zona euro reduzam os níveis de dívida pública nos próximos anos, defendendo que a maneira mais fácil de o fazer é aumentar as taxas de crescimento das suas economias.
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Há mesmo que dar um murro na mesa (ou nalguns focinhos... dos "mercados").
Ou será que esta "austeridade" do M. Trichet se refere a algumas escandalosas campanhas de publicidade bancária e outras?
Por outro lado, não será de pedir ao presidente do FMI que apoie, pessoalmente, a campanha do PCP Pôr Portugal a Produzir, para o que, evidentemente, há que dar uma sapatada nessa coisa dos "mercados" e na obsessão da dívida pública. Que ninguém nega que tem de ser contida e diminuida, mas nunca à custa dos trabalhadores e da economia que produz riqueza e não "bangsterismo", e não com esta austeridade com o alvo (classista) nos que trabalham e são explorados.

Tudo depende da relação de forças sociais, e da força que as massas dêem às forças políticas diferentes. Sim!, porque não são todas iguais. Há uma fronteira (de classe!) a separá-las.

3 comentários:

samuel disse...

Realmente... pensa-se logo numa boa meia dúzia de argumentos e "sapatadas" bem "convincentes"...

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Uma fronteira e bem convincente...

Um abraço.

José Rodrigues disse...

Publicidade escandalosa/induzida a um banco em que aparece uma carantonha de barba de três dias:"Fulano nove anos sem perder em casa".Em todos os jornais,TVs,faceboooks,twitters,etc
"A civilização de base capitalista tornou inoperantes os princípios de liberdade individual e de igualdade,para não falar já no da fraternidade que só por sarcasmo se pode pretender que esteja incluído hoje entre as ideias dominantes da governação".Bento de Jesus Caraça in "A Cultura Integral do Indivíduo" Problema Central do Nosso Tempo-Seara Nova 1941.Que bela lição[historicamente enquadrada] para a "Mocidade Livre"do nossos dias.A ler/reler/divulgar!

Abraço