O que está ultrapassado?, o que é obsoleto?
O que a realidade confirma dia a dia, hora a hora?
Que as relações sociais predominantes separam os seres humanos entre os que se tornaram proprietários de meios de produção e visam acumular capital sob a forma de dinheiro, com base metálica ou fictícia, e os que apenas têm a sua força de trabalho, cuja venda lhes dá acesso ao que necessitam para satisfazer as suas necessidades, as de seres materiais, as resultantes da humanização-socialização do processo histórico, as artificialmente criadas (como as da aparência de ter) para que o capital-dinheiro se multiplique e acumule.
Que outra(s) ideologia(s)?
A de que, sendo assim, tudo é conciliável, que os interesses de uns e de outros não têm conflitualidade, que o que se escora na exploração de uns por outros é humanizável?, a de que (se não se pode considerar a mesma...) essa separação deixou de existir, que não há classes sociais, que a riqueza de uns não se alimanta da pobreza de outros (como - "obsoletamente", claro - se afirma em textos clássicos e se confirma nos quotidianos de desigualdades e crescentes disparidades)?
Estude-se o funcionamento da economia, as suas dinâmicas! Como ao longo de décadas, de séculos tomam formas diferentes, mudam de aparências, sem se alterarem no que é definidor, sem mudar a essência.
Há um aspecto que, nestas reflexões, quero sublinhar - como tantas vezes me assalta e de tantas maneiras já tentei formular. O ideólogo marxista (assim dito para, aqui identificar e simplificar) tem necessidade de conhecer as outras ideologias (se mais que uma são...) e o funcionamento económico e social que elas traduzem e elas justificam, tem de estudar, de aprender, aprender sempre; os outros ideólogos, quando não negam as ideologias, ignoram o marxismo, ou arrumam-no como uma obsolescência a partir de caricaturas e falsidades históricas, não têm de estudar a não ser o que se confina ao tudo que já sabem como definitivo histórico.
A diferença entre conhecer para combater e ignorar ou esmagar para fugir à luta. Ideológica.
Por isso, insisto (com Lenine):
aprender, aprender sempre
4 comentários:
Ultrapassado e obsoleto é o capitalismo, como a vida nos mostra todos os dias.
Um abraço.
Tem razão , o Fernando Samuel e as evidências são flagrantes.
Na verdade "tudo o que já sabem começa a confinar-se a conceitos pré-históricos"...
Eu concordo que para rebater a falsa ideologia do capitalismo é preciso ter conhecimentos bem fun damentados sobre os seus teóricos. Mas é tão evidente que a luta de classes se impõe.!!! Então já não dizia Garrett:"Quantos pobres são precisos para fazer um rico?"
Um beijo.
E cada vez mais número de pobres para cada vez menos número de ricos... Continua, Sérgio, explicando. Só não entende quem não quer.
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