terça-feira, janeiro 17, 2012

Quando é que acordamos?

Repete-se a cena. Como em “remakes” de filmes de terror, o último sempre pior que o anterior.
Festeja-se o acordo. Como os anteriores. Houve vezes, em que até se bebeu champagne…
“Bestial, pázinhos… ca g’andácordo!”.

Agora é que vai ser. O emprego, o crescimento da economia, a credibilidade externa.
Agora é que vai ser!
Zurze-se em "o que não assinou". Desvaloriza-se, quando não se despreza, "o que (diz-se que) diz sempre que não”, "o que (diz-se que) não assina acordos”. "O que" não assinou porque este acordo não vai dar em emprego, em crescimento da economia, em credibilidade externa (aliás, quem são os credibilizadores?, as “agências de rating”?, os mercados?) como "eles" dizem.

"acordo terá efeito “mais global
do que a descida da TSU"

Entretanto, o desemprego vai aumentar, a economia vai decrescer, o descrédito externo engrossará a voz. E "eles", se lhes dermos possibilidades, ass(ass)inarão um novo acordo. (E nós a dormir?)

Veja-se só esta pérola, ao que parece dificilmente acordada:

«… Ficou ainda estabelecido no acordo, em que caiu a proposta de mais meia hora de trabalho, uma bolsa de horas grupal de 200 horas e uma individual de 150 horas que o empregador poderá aplicar de acordo com a necessidade de produtividade das empresas…».

Quer-se algo que, sendo tão confuso, possa ser mais claro?

Entre os festejados (e mal dormidos) acordadores está a UGT, cumprindo o seu papel. Que, por vezes, é obrigada, pelos trabalhadores que ainda iludem (e para que continuem a ser iludidos) a hiatos, ou a soluços, ou a ir a reboque de greves gerais.
Entre as reacções, está a do PS, que “ainda não leu...” mas que vai chegar ao "sim! ... mas também não!" ou, violentamente!, ao “não!… mas porque… prontos... seja sim!”.

Mas quando é que acordamos?!
A luta continua, mas espera por mais a 11 de Fevereiro!

7 comentários:

Ricardo O. disse...

Há uma empresa que costuma ser apresentada como modelo da concertação e da paz social em que foi criada uma figura parecida...

Criou-se a figura dos dias sem trabalho. Aparentemente, o patrão poderá decidir que os trabalhadores podem não trabalhar num pré-determinado número de dias (ou de horas, se quisermos ver a coisa de forma mais clara e anualizada).

Na realidade, o horário de trabalho destes trabalhadores reduziu-se nentes número de horas, podendo o patrão, se assim o entender, convocar estes trabalhadores neste número de horas para trabalharem sem serem pagos como horas estraordinárias, fins-de-semana, dias feriados, etc.

Parece confuso? É, mas a cocnlusão é simples: os trabalhadores passam a receber o vencimento de dia normal em dias de trabalho que deveriam ser pagos como hora ezxtraordinária ou fim-de-semana ou dia feriado, com as respectivas compensações de descanso...

Reduziram o salário pago por hora e auemntaram o núemro de horas efectivamente trabalhadas por ano. Tudo em nome da dita competitividade, sempre a bem da nação!

[Já agora, alguém se lembra que o governo do PS e agora o governo do PSD+CDS romperam o último acordo da concertação social, originalmente proposto pela CGTP, e que a mesma CGTP assinou?]

samuel disse...

Insuportável!

Abraço.

Ricardo O. disse...

Desculpem, mas no 4.º parágrafo devemos ler «sem as respectivas compensações de descanso...» e não «com...»

Abraço!

Maria disse...

Provavelmente festejaram com champanhe.
Terão a resposta adequada!

Um beijo.

Graciete Rietsch disse...

Espero que o acordar seja rápido e que o dia 11/02 dê conta disso mesmo.
UGT sempre nas concertações contra o trabalhador, depois de ter fingido indignação.Que jeito faz aos seus patrões!!!!

Um beijo.

GR disse...

Bom post!
Trabalhou-se tanto e agora? direitos adquiridos destruídos com a ajuda de uma central sindical/UGT que sempre rastejou atrás do seu amo/entidades patronais e os parvos de muitos trabalhadores continuam apoiá-la.
Dia 11 estaremos em força e legitimamente na Manifestação.

BJS,

GR

Justine disse...

Acordemos, pois eles já "acordaram"...