Depois da passagem pelo "Prós e Contras" de ontem - só o tempo clinicamente autorizado pelo médico de família... -, ouvidas as luminárias que peroraram no programa e que há muito e decididamente peroram e têm responsabilidades várias na situação que se vive, embora se ponham em virginais posições, adormeci mal e acordei disparado para o computador.
(DN-Economia, de 9 de Julho de 1990)
Em resumo-pró, o problema da economia portuguesa (e não só) é de financiamento, problema que só se resolve com a confiança dos financiadores, i.e., de confiança dos investidores, daqueles que têm capital para investir (os outros não contam...). Para isso, há que lhes recuperar a confiança, ou seja, que os convencer que investir aqui lhes é rentável, quer dizer, lhes retribui e acumula o capital investido.
Depois, que o capital investido seja bem aplicado.
Ora investidores (com o “seu capital”) existem. Aliás, se não existisse capital-dinheiro suficiente criavam-no… É preciso é dar-lhes confiançs...
Aliás, e contra o que poderia pemsar-se, eles têm investido!
Segundo o Banco de Portugal, oportunamente aproveitado para elucidativo artigo de Eugénio Rosa no avante! desta semana (Ao serviço do lucro à custa de Portugal), na década de 2002/2011 o investimento estrangeiro em Portugal foi de 3.425,4 milhares de milhões de euros (média de 370,2 milhares de milhões por ano), enquanto o investimento de Portugal no estrangeiro foi de 2.258,2 milhares de milhões (média de 236,1 milhares de milhões por ano).
Os doutos debatedores não o negaram, disseram é que esse investimento foi mal aplicado (auto-estradas, ppp e coisas dessas) e que, por isso, se está no estado que se está. Grande descoberta de quem tem tantas culpas no cartório, como se pode demonstrar!
Só 16,7% do investimento estrangeiro em Portugal, nesta última década foi "directo", i.e., poderia contribuir (directamente) para produzir ou distribuir coisas. Ou seja, 83,3% desse investimento foi para outras coisas que cousas não são, foi “de carteira” e “outro”, quer dizer, aplicações financeira para multiplicar e acumular o capital-dinheiro (a chamada "economia de casino"). Aliás, também foi esse o fito do investimento directo, que não o da criação de cousas que satisfaçam as necessidades das pessoas, e para isso (in)directamente investiram (diríamos adiantaram).
No que os ovi, disseram os do prós que há consenso que tem de haver crescimento mas que ninguém diria como (procurou ter muita gracinha aquela do guizo do gato… e é original… mas ninguém riu). É falso!, está farto de ser dito e até há campanhas Pôr Portugal a Produzir.
Há que pôr travões e canalizar o que há duas décadas e pouco é a libertina circulação de capital-dinheiro (cada vez mais fictício e credidtício), fazendo com que o poder financeiro não domine por completo o poder político (burguesmente) democrático. Que deixe de ser tão especulativo e passe a sere mais produtivo, levando os acima de 80% de aplicações “de carteira” e “outro” dito investimento a serem bem menoress (por taxação, por exemplo; por nacionalições, por mais e melhor exemplo).
Em resumo-contra (por agora...):
é tudo uma questão de sistema (capitalista) e da correlação de forças (da luta de classes, ainda dentro do sistema capitalista).
E está, sem que o saibamos, nas nossas mãos!
5 comentários:
pois está!
Um abraço
Já lhes demos "confiança" a mais!!!
Abraço.
Então mas o dinheiro que esses sacanas,dizem que emprestam e aplicam,não é dinheiro falso,não é só papel pintado?(muitas vezes com as bentas dos próprios)
Falso que nos querem obrigar a pagar com miséria ,fome e morte?
Um abraço,
mário
Teu médico de família te dá a exacta medida para o tempo necessário.
Pena que não tenhas igual tempo de antena...
Teu texto merecia outra divulgação.
Eu se pudesse bem lhes dava a confiança!...
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