Como todos os começos dos anos, se há bocadinho (ainda faltam uns dias para acabar Fevereiro e este nem é bissexto…) se fizessem balanços e prospectivas da situação internacional, Ben Ali, Mubarak, Kadhafi, eram peças estáveis no xadrez,. Com eles se contava como se fossem a Tunísia, o Egipto, a Líbia. E neles se baseavam as relações de todo o tipo (até pessoais, nalguns casos íntimas, tu cá-tu lá). E se negociava. Os filhos de um eram “visitas de casa” e coleccionavam carros ou aviões, as filhas de outros embaixavam boa vontade na ONU.
De repente, as massas movimentaram-se. Diga-se hoje o que se disser, descortinem-se os cenários que se quiser, ao princípio e por aí fora foram massas nas ruas. Umas seguindo-se a outras, com gente disposta a tudo em luta pelo que acreditava possível e ontem inimaginável: um futuro diferente. Gente disposta a morrer, não com uma bomba atada ao corpo mas à frente de outros como eles (e nós!) enfrentando balas e canhões.
O “Ocidente”, que se quer e crê com os cordelinhos todos na mão, está perturbado. E não são só os que estão em posições de tomar decisões. Não chegavam os desarranjos financeiros e as instabilidades monetárias…Não só esses de quem se esperam (e temem) decisões. Também os que procuram perceber e informar.
Ainda ontem, no jornal que me calhou ler (o i), com um título muito sugestivo – Tão mulheres como nós –, Inês Serra Lopes discorria sobre tema ou tese que, abusivamente, resumo numa transcrição “confesso que o que mais me assusta nas imagens do vendaval que que tem varrido aqueles países é a quase ausência de mulheres na rua (…) sem elas não há revolução no mundo árabe”. Na página seguinte, numa crónica de um jornalista do New York Times, Nicholas Kristof, escrevia “Para começar têm-se visto muitas mulheres nas ruas a exigir mudanças (mulheres de uma força impressionante, vem a propósito lembrar!)".
Vivemos horas históricas é o que é. Mas quais as não são? Quais não são aquelas em que estas, visíveis e de saltos, germinam e se preparam?
De repente, as massas movimentaram-se. Diga-se hoje o que se disser, descortinem-se os cenários que se quiser, ao princípio e por aí fora foram massas nas ruas. Umas seguindo-se a outras, com gente disposta a tudo em luta pelo que acreditava possível e ontem inimaginável: um futuro diferente. Gente disposta a morrer, não com uma bomba atada ao corpo mas à frente de outros como eles (e nós!) enfrentando balas e canhões.
O “Ocidente”, que se quer e crê com os cordelinhos todos na mão, está perturbado. E não são só os que estão em posições de tomar decisões. Não chegavam os desarranjos financeiros e as instabilidades monetárias…Não só esses de quem se esperam (e temem) decisões. Também os que procuram perceber e informar.
Ainda ontem, no jornal que me calhou ler (o i), com um título muito sugestivo – Tão mulheres como nós –, Inês Serra Lopes discorria sobre tema ou tese que, abusivamente, resumo numa transcrição “confesso que o que mais me assusta nas imagens do vendaval que que tem varrido aqueles países é a quase ausência de mulheres na rua (…) sem elas não há revolução no mundo árabe”. Na página seguinte, numa crónica de um jornalista do New York Times, Nicholas Kristof, escrevia “Para começar têm-se visto muitas mulheres nas ruas a exigir mudanças (mulheres de uma força impressionante, vem a propósito lembrar!)".
Vivemos horas históricas é o que é. Mas quais as não são? Quais não são aquelas em que estas, visíveis e de saltos, germinam e se preparam?
2 comentários:
Hoje, no comboio a caminho do trabalho, ao folhear um jornal, que tenho o hábito de ler, deparo-me com uma entrevista ao MNE de Marrocos. E qual o destaque? A questão do Sahara Ocidental ficará resolvida se o regime argelino cair... Marrocos propôs um conjunto de medidas de autonomia que «resolvem» o problema... Marrocos é uma democracia e respeita os direitos do seu povo. Perante a questão da liberdade no Sahara, perante a questão do povo sahauri, afirmou que tudo não passa de uma agenda provocatória da Argélia...
Este é mais um exemplo dos cuidados que precisamos ter ao analisar o que se passa e a forte tentativa de manipulação das justas aspirações populares de democracia e melhores condições de vida.
Como eles se justificam e auto-elogiam!!!!! Incomoda!!!!
Quanto às mulheres árabes bem as vejo nas manifestações e conheço a sua luta por direitos e igualdade através de filmes de países árabes que nos têm sido apresentados pelo ótimo professor de Cinema da UPP.
Um beijo.
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