o Benfica vendeu David Luís e recebeu não sei quem de troco;
a operação foi comunicada à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários
Liedson foi vendido ao Corintians;
o Sporting, para compensar, comprou Cristiano ao Paços de Ferreira;
este, no entanto, era propriedade de um clube grego;
o mercado fechou;
não-sei-quem quer
«reunir 100 milhões (não de sócios!) para dar garras aos leões»;
clube pode ficar nas mãos de um accionista estrangeiro;
capitais angolanos estão interessados em comprar o Sporting
...
pronto!,
deixei, em definitivo, de ser o sócio que já fui,
não tenho jeito para accionista...
onde é que haverá um não-mercado?,
em que Pasárgada?
21 comentários:
Foi preciso que a «cultura do pontapé na bola» chegasse a este estado para deixar de ser sócio?
Assombrosa descoberta...
Então? Sinto um leve tom de desânimo?
O que me deixa mais revoltado nestas notícias é a mercantilização do desporto, como bem referes, e a respectiva assumpção de que o trabalhador (mesmo que se trate de um caso muito discutível) é património da sociedade anónima...
Sabes, pode parecer esquerdista, mas eu deixei de ser sócio do «meu» Vitória no dia em que criaram o Vitória SAD...
Afonso Gonçalves - a minha assombrosa descoberta é que V. faz juizos assombrosos depois de ler metade das frases, ou de não as saber/querer interpretar. Deixei de ser sócio do Sporting lá para os anos 50 do século passado, quando me dispensaram do pagamento de quotas por passar a ser atleta do clube dito desportivo! Foi nessa altura que achei que aquilo ia caminhar para uma "cooperativa de espectadores", o que escrevi, então e com algum escândalo, no "Mundo Desportivo", antevendo ao que nos levaria aquelas opções. E escrevo, agora - faça favor de rever -, que deixei de ser sócio, em definitivo, do clube de que FUI (tempo do verbo ser no passado) sócio.
Ricardo - ... é a mercantilização de tudo!, levada ao mercado de escravos ainda que, alguns, escandalosamente pagos. Vê, por favor, a minha resposta acima, em que antevia isso das SAD enquanto degenerescância das tais "cooperativas" na deriva neo-liberal de mercantilização e financeiração de tudo.
Grande abraço
Afonso Gonçalves e amigo Ricardo, evidentemente que o anónimo anterior sou eu!
Se há partidos políticos comprados, negociados e leiloados pelos homens da massa porque não aceitar que a bola role nas finanças.Quanto a mim vou regressar o berlinde.
Cid, os partidos não são comprados ou leiloados pelos homens da massa (não das massas). Esses partidos são montados, dinamizados e postos ao serviços dos interesses de classe que servem. Pelo meio há políticos, esses sim, comprados e aliciados pelas migalhas dos homens da massa...
Por que dianho é que os capitais angolanos serão preferíveis aos capitais finlandeses, por exemplo?
Achar que os capitalistas angolanos devem ser mais entendidos em leões... é um bocadinho redutor... quase racista... :-)))
Abraço.
Anónimo.
Sou acusado de não saber/querer interpretar o que escreveu. Reli o texto, e o que lá está é o seguinte: "deixei, «em definitivo» de ser «o» sócio que já fui, (...)
Afonso Gonçalves, ou anónimo, ou lá quem seja, heterónimo ou anónimo coca-bichinhos para "chatear o indígena",
o que lá está escrito é:
«deixei, em definitivo, de ser o sócio que já fui»! QUE JÁ FUI! O "em definitivo" era apenas para reforçar a ideia de que acabou qualquer hipótese de retorno.
Reconheço - e penitencio-me - que o meu "estilo" é, muitas vezes, arrevezado mas, porra!, escrever «o sócio que já fui» quer dizer que já fui e não sou... acrescento desde mil novecentos e cvinquenta e tal, e essa de «assombrosa descoberta» é mesmo para chatear.
Pois... não me chateie, que tenho mais que fazer!
Samuel - Boa! Como de costume...
Era o que faltava ao Sporting! Era ser racista na escolha de quem o compre... Mas essa de serem os capitais angolanos a formar uma equipa de leões de garras afiadas (embora alguns possam ser finlandeses) pareceme apropriado...
Abraço
Mas os angolanos são conhecidos como palancas, não como leões, mas vítimas dos leões... Tsseeee...
O que o Sérgio não vê/quer ver,é o que representa o mundo do futebol no sistema capitalista, que é o mesmo que representava o circo romano para a aristocracia dominante. Todos os comunistas da nossa praça têm um clube de futebol no seu "coração". J. de Sousa,apesar de tudo é um benfiquista envergonhado, os outros são descarados, G.Pereira sporting,Louçã benfica, o cromo Manuel Alegre benfica. Desta vez o único que escapa é M.Soares que, julgo, nunca foi em futebóis...
Ó Sr. Afonso, comunistas???
Garcia Pereira, Francisco Louçã, manuel Alegre e Mário soares???
Peço imensa desculpa, mas o suposto purismo cai por terra nas referências que faz. Se quiser ter a humildade de aprender alguma coisa reflicta sobre a (im)perfeição do ser humano, a sua diversidade e toda a sua subjectividade que fazem parte do ser. Nenhum de nós, comunista ou não é um ser aparentemente perfeito e racional. O nosso «ser» é influenciado pelo contexto social em que vivemos. Não existem homens nem mulheres ideais na plenitude idealista presente implicitamente nos seus comentários. Nem esse facto é razão para descredibilizar qualquer comunista, bem pelo contrário.
Fizeste-me lembrar o Mercado dos Escravos, em Goré!
Sr Ricardo
Quando me referi aos comunistas, considerei isso de acordo com o que eles pensam de si próprios, isto é, Garcia Pereira e um pouco também o trotsquista recauchutado Louçã. Depois fiz referência ao cromo Alegre e não comunista. Quanto a M. Soares toda a gente sabe que ele é, visceralmente, alérgico ao comunismo, não precisa de apresentações.
Sobre as considerações filosóficas e antropológicas que expôe, estou de acordo consigo, mas não me passa pela cabeça a realização de um mundo perfeito e ainda menos, que isso possa acontecer neste país onde vivemos.
Ricardo . Em complemento do acero do que comentas... já viste?
A partir de certos cromos, o Partido, no próximo Congresso, deveria adoptar uma alteração aos estatutos em que a condição de membro implicava "desarriscar-se" de sócio, ou até de adepto, de qualquer clube de futebol.
Tem a ver com a base teórica e a pureza revolucionária a 100%...
Estes gajos tinham de se inventar!
Que o futebol é um dos "ópios do povo" estamos, ou devemos estar, conscientes, daí à cretinice das considerações expendidas vai a distância do tamanho da dimensão humana ou do humano. A juntar a mal escondida intenção de nos atacar, seja de que maneira for.
Pessoalmente, curei-me da "dependência" desse "ópio" do chuto da bola (embora goste de ver um bom espectáculo dessa modalidade), tenho decerto outras, ou condicionalismos que me limitam - desde qualquer malformação congénita a vício tipo sudoku - mas cá vou lutando!
Cheio de paciência... talvez evangélica. Posso?
Um abraço para ti (foi gira a conversa, pá!)
Justine - A ilha de Goré? Que maravilha! E que dolorosa lição de História. Da História que continuamos a viver, com as suas recidivas.
Como me lembro de ter lido - em Marx, claro - a venda da força de trabalho sem horário pode transformar o capitalismo em escravatura se a mercadoria que se transaciona não são horas de utilização das capacidades do trabalhador mas o tempo todo de que o trabalhador dispõe do seu corpo, de si próprio.
Um beijo
Chamar cretinas a certas considerações não chega, é preciso que elas sejam evidentes ou então demonstrar a cretinice.
Claro que o Sérgio está dispensado de demonstrar seja o que fôr, ele e o papa gozam do poder da infalibilidade.
Ora aí está. E faça o favor de usar maiúsculas!
Aliás, em infalibilidades, sou imbatível... nem o Papa é melhor que Eu.
Pronto. Loja encerrada. Não se atendem mais clientes... destes.
Apesar de por vezesfrequentado (mal)por um ou outro bicharoco desagradável,vale a pena visitar este blogue.
Gostei de ler sobre a Ilha de Goré. Não é um facto feliz da história dos seres humanos mas, é sempre bom aprender algo de novo.
Um Abraço
Campaniça
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