Sou, decerto,o primeiro a ter dúvidas.
Não sobre aproveitar ou não o que leio e acho aproveitável. Sobre as intenções de quem escreveu ou disse o que vou reproduzindo.
Se alguém que diz hoje uma coisa e amanhã outra diz que pode contrariar o que hoje disse, ou se - até! - tem a habilidade de não entrar em contradições por só dizer o que só contradiz na forma e calar o que o poderia fazer no essencial, serão de desaproveitar as formulações do que é - também e muito - (parte d)a denúncia que fazemos e subscrevemos?
Vou dar um exemplo deste equilíbrio em que o que está em causa não é limpar nomes, lugares e reputações, mas reproduzir o que está certo e é motivador de informação... até ali!
Na última página 5 dos tais Cem por Cento, além do que já referi (e do poema, não esquecer!..., neste número de A.M.Pires Cabral), num oitavo de coluna, Nicolau Santos procura completar o seu editorial da semana anterior com um Os que nos podem salvar.
Nesse rol dos que nos pode(ria)m salvar, NS avança com uma série de nomes a acrescentar aos que deixara no sábado anterior (não vá ter criado melindres...), escrevendo "A semana passada ousei elaborar uma lista sobre um conjunto de empresários, reponsáveis por pequenas e médias empresas nacionais, que muito podem contribuir para tirar Portugal da crise em que se encontra." .
Ousar, ousou... e já muito terá ousado, sobretudo por sublinhar as pequenas e médias empresas, mas escassa é a ousadia por não dar o passo que identifique o sistema como responsável pela "crise em que estamos" e por, sem escondidos ou explicitos sebastianismos, não sugerir sequer que que quem nos pode salvar somos nós, e só nós!, as gentes, as massas. Como já o fizemos mais de uma vez na nossa História, como ainda recentemente o fizemos, há menos de 40 anos, abrindo portas em Abril!
Vamos conversando... e lutando, claro!
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